XVII BRAZILIAN CONGRESS OF OBSTETRICS AND GYNECOLOGY
of CHILDHOOD AND ADOLESCENCE and
2nd ONLINE CONGRESS of SOGIA-BR
CONFORTO DOS GINECOLOGISTAS NO ATENDIMENTO À MULHERES COM DEFICIÊNCIA COGNITIVA E BARREIRAS ENFRENTADAS
Cesar Augusto Capellari , Raquel Barbosa Paula Soares , Renato Mitsunori Nisihara , Tainá de Mattos Leão.
Palavras-chave:
Deficiência intelectual, Ginecologia, Sexualidade
INTRODUÇÃO:No Brasil, mais de 2,5 milhões de pessoas possuem deficiência cognitiva (DC), sendo 46% mulheres. Estudos mostram que médicos ginecologistastêm dificuldades no atendimento a elas. OBJETIVOS: Identificar as principais dificuldades do ginecologista e o conforto ao atender pacientes com DC. MÉTODOS: De agosto de 2020 a fevereiro de 2021, médicos ginecologistas responderam anonimamente um questionário online, via Google Forms encaminhado via e-mail e grupos de contatos, contendo perguntas sobre dados sociodemográficos e situações clínicas em que o profissional relatava o grau de conforto no atendimento a pacientes com DC. Também foram verificadas as principais dificuldades do médico e alternativas para melhorá-las. RESULTADOS: Com 143 respostas, 74,8% femininas, 37,7% com mais de 20 anos de formado, 73,4% focados em ginecologia e obstetrícia, 58,7% em zona urbana, 55,2% frequentando congressos mais de 2 vezes ao ano. Ao conduzir uma triagem ginecológica de rotina, 53,8% julgaram-se apreensivos. Ao aconselhar uma adolescente com DC e realizar exame ginecológico, 62,9% consideram-se preparados. O despreparo ao indicar medicação para supressão menstrual e manejar paciente com DC grave foi de 7%. Mulheres estavam mais preparadas (p=0,0003) e ginecologistas com menor tempo de formado, mais inseguros (p=0,0016). Dificuldades relatadas: tempo, pouco conhecimentos e habilidades e questões éticas. Sugestões para melhorar o atendimento: treinamento, programas educacionais e melhores honorários. CONCLUSÃO: Gênero e o tempo de formado foram significativamente associados com o sentimento de despreparo. A maior barreira para o atendimento foi o tempo de consulta e a principal solução foi treinamento.