
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
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AIDS e violência sexual em meninas de 10-19 anos no Sudeste (2013-2023): análise epidemiológica
AUTOR
Priscila Luiza dos Santos
CO-AUTORES
Raquel Leite Perini
CONTEÚDO
Objetivo: Comparar a evolução dos casos de AIDS e violência sexual em meninas de 10-19 anos no Sudeste do Brasil entre 2013-2023, traçando um perfil epidemiológico e explorando possíveis correlações.
Métodos: Estudo ecológico, descritivo e quantitativo, com dados secundários extraídos do DATASUS (SINAN, SIM, SISCEL/SICLOM). Foram incluídas notificações de AIDS e de violência sexual na região Sudeste, categorizadas por faixa etária (10-19), sexo (F), ano de notificação (2013-2023), município, raça/cor e forma de exposição ao HIV. A análise utilizou proporções por categorias.
Resultados: Entre 2013 e 2023, houve uma redução de ~86% no número de notificações de casos de AIDS. No período, foram registradas 682 notificações, sendo a incidência maior ao avançar da idade. A transmissão heterossexual foi predominante (~66%), seguida pela vertical (~19%). A população parda e branca representou ~75% dos casos. Rio de Janeiro (~21%) e São Paulo (~20%) concentraram os maiores registros. Nesse mesmo período, os casos de violência sexual aumentaram 72%, totalizando 287.711 notificações. A maioria das vítimas (~79%) também era parda ou branca, e São Paulo (~15%) e Rio de Janeiro (~7,6%) lideraram as notificações.
Conclusão: Houve uma redução significativa nos casos de AIDS, possivelmente devido a medidas preventivas, como preservativos e PrEP. No entanto, o aumento da violência sexual sugere uma necessidade urgente de fortalecer políticas de proteção, principalmente nos municípios mais acometidos. A discrepância entre a redução da AIDS e o aumento da violência sexual ressalta a importância de integrar estratégias de prevenção à violência e saúde sexual.