XVII CONGRESSO BRASILEIRO de OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA
da INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA e
2º CONGRESSO ONLINE da SOGIA-BR

DESORDEM FUNCIONAL DO HIPOTÁLAMO COMO CAUSA DE AMENORRÉIA PRIMÁRIA: RELATO DE CASO

Paciente, 21 anos de idade apresentava-se com amenorreia primária e sua história possuía fatores de estresse como baixa autoestima, atividade intensa de ballet durante a puberdade, além de rigidez na alimentação. No exame físico apresentava desenvolvimento puberal completo e índice de massa corporal de 16,9 kg/m2 . Dosagens hormonais revelaram baixos níveis de hormônio luteinizante e hormônio folículo estimulante. Prolactina TSH e androgênios normais. Densitometria óssea evidenciou osteoporose de fêmur (T-score -3) e coluna lombar (T-score -3,7). Após melhora do seu peso, concomitante a atividade física monitorizada por profissional, e prescrição de terapia hormonal oral combinada, a paciente iniciou ciclo menstrual, sendo sugerido o diagnóstico de AHF. INTRODUÇÃO COMENTÁRIOS A amenorreia hipotalâmica funcional (AHF) ocorre quando o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano é suprimido decorrente de déficit de energia por estresse, perda de peso, exercícios excessivos e alimentação desordenada, levando a um quadro de hipogonadismo. Em 3% das paciente a AHF pode se manifestar como amenorreia primária. O diagnóstico é de exclusão, devendo ser realizada investigação clínica e complementar. O tratamento com estrogênio combinado visa o restabelecimento dos ciclos menstruais e a preservação da massa óssea. A importância deste relato se deve a AHF apresentar consequências futuras, como osteoporose grave, infertilidade e problemas cardiovasculares. COMENTÁRIOS O diagnóstico de AHF é de exclusão e, portanto, desafiador, sendo necessária investigação prévia. O quadro é reversível com a intervenção multidisciplinar com nutricionista, educador físico e medico. Por fim, é essencial destacar que o tratamento visa à reabilitação do peso, atividade física e redução de estresse emocional e terapia hormonal de suporte