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Pôsteres do Congresso 2018

Atualizado: 24 de set. de 2019

RELAÇÃO DOS RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS

PÔSTER 1

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL DAS GESTANTES ADOLESCENTES BRASILEIRAS

Autores: Mateus Benac Cavalcante, Daiane Santos de Oliveira, Denise L. Maia Monteiro, Alexandre J. B. Trajano, Isabel M. S. Lacerda e Julie Teixeira da Costa.

E-mail do autor: mateusbenac@gmail.com

Instituição. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Objetivos. Avaliar o perfil sociodemográfico e a assistência pré-natal na adolescência. Método. Estudo epidemiológico, descritivo, por busca no banco de dados do SINASC. O estudo incluiu todas as mulheres de 10-19 anos e de 20-34 anos com nascidos vivos (NV) em 2016.

Resultados. Em 2016 ocorreram 2.857.800 NV no Brasil, sendo 17,5% (501.381) de mães adolescentes e 69% (1.971.868) entre 20-34 anos. A escolaridade ≥8 anos foi referida por 67% (336.025) das adolescentes e 81,4% (1.604.691) das mães de 20-34 anos (p<0,001). Das mulheres que realizaram 7 ou mais consultas pré-natais, 56% (279.835) foram adolescentes e 69,5% (1.370.777) adultas, (p<0,001). Ao analisar a associação entre escolaridade e realização de ≥7 consultas, verifica-se que mães de 20-34 anos com alta escolaridade apresentam o dobro de chance de realizarem pré-natal adequado que adolescentes (p<0,001; OR=2,27(IC95% 2,25-2,30)). Em relação à etnia, 25,7% (123.710) das adolescentes eram brancas e 74,3% (357.511) não-brancas. Entre 20-34 anos foi 37,4% (707.276) e 62,6% (1.179.960) (p<0,001). Houve associação entre etnia e pré-natal adequado: mães de 20-34 anos brancas apresentaram 69% mais chance de ≥7 consultas (p<0,001; OR=1,69 (IC95% 1,67-1,70)). Quanto ao estado civil, 64,2% (317.732) das adolescentes eram solteiras e 35,8% (177.374) vivem/viveram maritalmente e entre 20-34 anos foi 40,2% (784.431) e 59,8% (1.165.679) (p<0,001). Ao analisar a associação entre estado civil e a realização de ≥7 consultas, as de 20-34 anos que vivem/viveram maritalmente apresentaram três vezes mais chance de pré-natal adequado [(p<0,001; OR=2,91 (IC95% 2,88-2,93)].

Conclusão. As gestantes adolescentes brasileiras apresentam fatores associados à assistência pré-natal inadequada que são: ser solteira, não-branca e ter menor escolaridade.

PÔSTER 2

PESO DOS RECÉM-NASCIDOS DAS GESTANTES ADOLESCENTES

BRASILEIRAS

Autores: Daniela Fortunato Auar, Larissa Durão Guerra Lima, Denise Leite

Maia Monteiro, André Luiz Clemente Beralto, Isabel Maria Santos Lacerda,

Fatima Regina Dias de Miranda.

Instituição. Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Núcleo Perinatal

HUPE/UERJ - Rio de Janeiro – RJ.

Introdução. As gestantes adolescentes, principalmente as mais jovens, podem

apresentar maior número de desfechos perinatais desfavoráveis, como parto

prematuro e baixo peso dos recém-nascidos. A assistência pré-natal

insuficiente e as condições socioeconômicas das gestantes podem estar

relacionadas a esse problema.

Objetivo. Avaliar o peso dos recém-nascidos das gestantes brasileiras com

idades entre 10 e 19 anos.

Métodos. Estudo epidemiológico, descritivo, com desenho transversal,

realizado por busca no banco de dados do DATASUS, com informações do

Sistema de informação sobre nascidos vivos (SINASC), incluindo todas as

mulheres de 10-19 anos que tiveram nascidos vivos (NV) no ano de 2016 no

Brasil. Essas informações foram comparadas com os dados da população

referência de gestantes de 20-34 anos. Os critérios de exclusão foram: idade

gestacional inferior a 22 semanas e recém-nascidos com menos de 500g, por

serem critérios de definição de aborto.

Resultados. No ano de 2016 ocorreram 2.857.800 nascidos vivos no Brasil.

Desses, aproximadamente 17% (487.876) eram de mães adolescentes e 67,5%

(1.930.831) de mães em idade entre 20 e 34 anos. Do primeiro grupo, 9,4%

(45.961) eram recém-nascidos com peso inferior a 2500g e 90,6% (441.915)

pesavam 2500g ou mais. Já no segundo grupo, 7,7% (149.258) tinham peso

inferior a 2500g, enquanto 92,3% (1.781.573) pesavam 2500g ou mais. A

análise estatística mostrou diferença significativa, apontando que a adolescente

tem 24% a mais de chance de ter um recém-nascido de baixo peso (p<0,001;

OR=1,24 (IC95% 1,23-1,25).

Conclusão. A adolescente apresenta maior chance de ter um recém-nascido

com peso inferior a 2500g, em comparação às gestantes com idade entre 20 e

34 anos.

PÔSTER 3

ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL E RESULTADOS PERINATAIS DE GESTANTES

JOVENS SOROPOSITIVAS ACOMPANHADAS NO HUPE

Autores: Julie Teixeira da Costa, Daniela Fortunato Auar,

Denise Leite Maia Monteiro, Alexandre J. Baptista Trajano,

Abilene Nascimento Gouvêa, Mateus Benac Cavalcante

E-mail do autor: julie.teixeira@bol.com.br

Instituição. Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Introdução. No Brasil, a infecção pelo HIV entre a população feminina em

Idade reprodutiva tem aumentado.

Objetivos. Comparar a assistência pré-natal e as condições dos

recém-nascidos entre mulheres jovens e adultas HIV-positivo.

Métodos. Trata-se de estudo de delineamento transversal com população constituída por 312 gestantes HIV+ (109 jovens com idade ≤24 anos e 203 adultas, >24 anos), acompanhadas e tratadas no Núcleo Perinatal/HUPE/UERJ no Rio de Janeiro, entre janeiro de 2007 a dezembro de 2017. Os dados foram coletados por revisão de prontuários e utilizou-se o programa Epi-Info 3.5.2 para construção de banco de dados e análise estatística.

Resultados. 35% das gestantes tinham até 24 anos. Dessas, 72,5% tiveram até 2 gestações, enquanto 65,5% das >24 anos, engravidaram de 3 a 17 vezes. Mais ou menos 1/3 do total (32 jovens e 68 adultas) descobriram a doença na gestação atual, mas 10% (9) das jovens adquiriu o vírus por transmissão vertical e nenhuma adulta se infectou por essa via. A assistência pré-natal foi tardia nos 2 grupos. Pouco mais de 1/3 (38 jovens e 62 adultas) iniciou no 1º trimestre e ±14% dos 2 grupos iniciou no 3º trimestre (p=0,45). A carga viral baixa ou indetectável no grupo de jovens e adultas foi, respectivamente, 49,8% e 71% no 1º trimestre e 73,5% e 83% no 3º trimestre. Em relação aos recém-nascidos, mais de 3/4 das crianças de ambos os grupos apresentaram peso ≥2500g e mais de 98% com Apgar ≥7 no 5º minuto.

Conclusão. Concluiu-se que não houve diferença significativa entre os grupos, mostrando comportamento semelhante do acompanhamento independente da idade materna.

PÔSTER 4

NASCIDOS VIVOS DE GESTANTES MENORES DE 14 ANOS DE IDADE NO BRASIL

Autores: Isabel Maria Santos Lacerda, Denise Leite Maia Monteiro, Flávio Monteiro de Souza, Fátima Regina D. Miranda, Mateus Benac Cavalcante, Daniela Fortunato Auar.

Instituição. Universidade do Estado do Rio de Janeiro- UERJ

Introdução. A atividade sexual antes dos 14 anos é considerada estupro de vulnerável. A gravidez nesta faixa etária está sujeita a maiores riscos como prematuridade, baixo peso fetal e asfixia perinatal.

Objetivo. Avaliar a frequência de nascidos vivos, filhos de mães adolescentes até 13 anos de idade, nas diferentes regiões brasileiras.

Método. Estudo epidemiológico, descritivo, com desenho transversal, realizado por busca no DATASUS, utilizando informações do Sistema de Informação Sobre Nascidos Vivos (SINASC). O estudo incluiu todas as gestantes com menos de 14 anos que tiveram nascidos vivos (NV) nos anos 2014 e 2015.

Resultados. Em 2014, o total de nascidos vivos de mães de até 13 anos no Brasil foi de 5.832 NV e em 2015 foi de 5.828 NV. Na região Norte, em 2014 houve 1.206 casos e em 2015 houve 1.295 nascimentos, o que caracteriza aumento de 7,4%. O Nordeste teve, respectivamente, 2.181 e 2.249 NV, aumentando 3,1% o número de NV de mães <14 anos. Em contrapartida, as outras regiões registraram discreta redução: Centro-Oeste, de 511 casos em 2014 para 474 casos em 2015 com redução de 7,2%; o Sudeste registrou 1425 NV em 2014 e 1355 NV em 2015, com redução de 4,9% e o Sul apresentou redução de 10,6% (509 NV em 2014 e 455 em 2015).

Conclusão. O número de partos de gestantes < 14 anos é preocupante e continua aumentando nas regiões Norte e Nordeste. Nas outras regiões houve diminuição do número de NV de mães <14 anos entre 2014 e 2015 de aproximadamente 5 a 10%.

PÔSTER 5

MORTALIDADE MATERNA NA ADOLESCÊNCIA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Autores: Ana Clara Tavares Wong, Denise Leite Maia Monteiro, Daniela Fortunato Auar, Alexandre J. Baptista Trajano, Julie Teixeira da Costa, Mateus Benac Cavalcante.

E-mail do autor anaclarawong@gmail.com

Instituição. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Objetivos. Avaliar a prevalência da mortalidade materna na adolescência no Estado do Rio de Janeiro entre 1996 e 2016.

Método. Estudo de corte transversal com avaliação dos dados oriundos de registro da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS): Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), Ministério da Saúde, Brasil. Os dados foram descritos como razão de mortalidade materna (RMM) que é obtido pelo número de óbitos maternos dividido pelo total de nascidos vivos (NV) x 100.000.

Resultados. No ano de 1996, houve registro de ocorrência de 28 óbitos de mães com idades entre 10 e 19 anos, o que corresponde à razão de mortalidade materna (RMM) de 49,9/100.000 nascidos vivos. Em 2006, ocorreram 28 óbitos de mães adolescentes, mostrando RMM de 67,2/100.000 NV. Em 2016, os óbitos maternos de mães de 10 a 19 anos totalizaram 14 e a RMM foi de 38,5/100.000 NV. Em relação ao número global de mortes maternas, a mortalidade materna na adolescência representou 16,1% (28/174) em 1996, 17,1% (28/164) em 2006 e 8,9% (14/157) em 2016. O número de nascidos vivos de mães adolescentes do estado do Rio de Janeiro reduziu 35% entre 1996 e 2016 (56.163 NV em 1996, 41.671 em 2006 e 36.371 NV em 2016).

Conclusões. A RMM na adolescência aumentou entre 1996 e 2006 e reduziu nos últimos 10 anos. Constatou-se redução do número de nascidos vivos, indicando diminuição dos índices de gravidez na adolescência. As menores taxas de mortalidade materna ocorrem na adolescência.

PÔSTER 6

MORTALIDADE MATERNA NA ADOLESCÊNCIA: BRASIL, 2016

Autores: Daniela Fortunato Auar, Denise Leite Maia Monteiro, Julie Teixeira da Costa, Fatima Regina D. Miranda, Isabel Maria Santos Lacerda, Alexandre J. Baptista Trajano.

Instituição. Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Núcleo Perinatal HUPE/UERJ.

Objetivo. Avaliar a prevalência da mortalidade materna na adolescência no Brasil em 2016.

Método. Estudo de corte transversal com avaliação dos dados oriundos de registro da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS): Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), Ministério da Saúde, Brasil. Os dados foram descritos como razão de mortalidade materna (RMM) que é obtido pelo número de óbitos maternos divididos pelo total de nascidos-vivos (NV) x 100.000.

Resultados. No ano de 2016 ocorreram 2.857.745 partos com nascidos-vivos no Brasil: 487.876 de gestantes entre 10-19 anos, 1.930.831 entre 20-34 anos e 439.038 de mulheres >34 anos. Neste ano, ocorreram 1.670 óbitos maternos, sendo 12,8% dos óbitos de mães de 10-19 anos (214 casos - RMM: 43,9/100.000 NV), 62,1% entre 20-34 anos (1.037 casos - RMM: 53,7/100.000 NV) e 25,1% de mães >34 anos (419 casos - RMM: 95,4/100.000 NV). Das adolescentes que vieram a óbito, 22,4% (48) morava na região Norte, 36,4% (78) no Nordeste, 25,7% (55) no Sudeste, 7,5% (16) no Sul e 7,9% (17) no Centro-Oeste. Dentre elas, 79,9% (167) eram de cor/raça não branca, 53,6% (97) não completaram o ensino fundamental e 77,1% (52) eram solteiras. O óbito ocorreu por causa obstétrica direta em 67,8% (145) e por causa obstétrica indireta em 29,4% (63).

Conclusões. A adolescente apresenta a menor taxa de mortalidade materna, em relação às mulheres de mais idade, ocorrendo com maior frequência nas moradoras do Nordeste. A causa obstétrica direta é a responsável pela maioria dos óbitos maternos na adolescência.

PÔSTER 7

PrevalÊncia da gravidez na adolescência e da gravidez tardia

Autores: Natália Mathias Barbosa, Denise L. Maia Monteiro, Ana Luísa de Moraes Matta, Isis Ferraz de Queiroz, Ana Gabriela de Almeida Kopke, Blenda Beatriz Klayn Guimarães Tallon.

Instituição. Centro Universitário Serra dos Órgãos

Objetivo. Avaliar a prevalência da gravidez nos extremos da vida reprodutiva: a gestação na adolescência que inclui as idades entre 10 e 19 anos e a gravidez tardia que é definida como aquela que ocorre com idade materna superior a 34 anos.

Método. Estudo epidemiológico, descritivo, com desenho transversal, realizado por busca no banco de dados no Sistema Único de Saúde (DATASUS), utilizando informações do Sistema de informação sobre nascidos vivos (SINASC). O estudo incluiu todas as mulheres que tiveram nascidos vivos (NV) nos anos de 2007 a 2016 no Brasil. Foram selecionadas informações sobre o número total de NV de mães entre 10-19 anos e de 35 ou mais anos para calcular a prevalência de NV nestas faixas de idade. Por se tratar de um banco de domínio público, fica dispensada a submissão do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição.

Resultados. No ano de 2007 ocorreram 2.891.328 partos com nascidos vivos no Brasil. Desses, 21,1% (610.372) eram de mães adolescentes e 9,7% (280.914) eram de mães em idade ≥35 anos. No ano de 2016 ocorreram 2.857.800 nascidos vivos no Brasil. Desses, 17,5% (501.381) eram de mães adolescentes e 13,5% (2.862.453) eram de mães em idade ≥35 anos. Portanto, a prevalência de gravidez na adolescência reduziu 17,1% nesse intervalo de tempo, enquanto a gravidez tardia aumentou 39,2%.

Conclusão. Nos últimos 10 anos (2007-2016) verificou-se tendência à redução da gestação na adolescência e aumento na gravidez tardia.

PÔSTER 8

RELAÇÃO ENTRE IDADE MATERNA E ANOMALIA CONGÊNITA DO RECÉM-NASCIDO

Autores: Ana Luísa de Moraes Matta, Denise L. Maia Monteiro, Isis Ferraz de Queiroz, Natália Mathias Barbosa, Ana Gabriela de Almeida Kopke e Blenda Beatriz Klayn Guimarães Tallon.

E-mail do autor lulu_matta93@hotmail.com

Instituição. Centro Universitário Serra dos Órgãos.

Objetivos. Avaliar a prevalência de anomalias congênitas durante a vida reprodutiva.

Método. Estudo epidemiológico, descritivo, com desenho transversal, realizado por busca na plataforma do SINASC (DATASUS). O estudo incluiu todas as mulheres que tiveram filhos nascidos vivos (NV) no ano de 2016 no Brasil. Selecionaram-se informações sobre o número total de NV e de anomalias congênitas nos períodos até 19 anos, entre 20-29 anos, 30-34, 35-39, 40-44 e ≥ 45 anos de idade.

Resultados. No ano de 2016 ocorreram 2.857.745 partos com nascidos vivos no Brasil e foram descritos 26.054 casos de anomalias congênitas. Entre as mães de até 19 anos, a frequência de recém-nascidos (RN) com anomalia congênita foi de 0,9% (4.578/501.381 NV), entre as mães de 20-29 anos, observou-se frequência de anomalia congênita de 0,8% (11.586/1.401.777 NV). Dos 30-34 anos, esta taxa passou para 0,9% (5.288/570.091 NV), mostrando aumento de 12,5%. A partir dos 35 anos percebe-se aumento progressivo. Entre 35-39 anos, a taxa de anomalia congênita foi de 1,1% (3.341/307.406 NV) representando aumento de 37,5%. Dos 40-44 anos de idade materna, os casos de RN com anomalias congênitas foram 1,6% (1.156/72,437 NV), evidenciando aumento de 100% na taxa de RN com anomalia congênita. Já nas mulheres com 45 ou mais anos de idade, esta taxa foi ainda maior, de 2,3% (105/4.653 NV), o que corresponde a incremento de 187,5% em relação às gestantes de 20-29 anos.

Conclusão. A prevalência de anomalias congênitas aumenta proporcionalmente à idade materna, dobrando entre 40-44 anos, e quase dobrando novamente em mães com maior idade.

PÔSTER 9

RESULTADOS PERINATAIS DAS ADOLESCENTES NAS FAIXAS DE 10-14 ANOS E 15-19 ANOS

Autores: Ana Gabriela de Almeida Kopke, Denise L. Maia Monteiro, Blenda Beatriz Klayn Guimarães Tallon, Karina Rodrigues Santana, Natália Mathias Barbosa, Jayne Lima Silva.

Instituição. Centro Universitário Serra dos Órgãos.

Introdução. Em todo o mundo, aproximadamente 16 milhões de meninas entre 15 e 19 anos e 2,5 milhões com menos de 16 anos têm filhos a cada ano em países em desenvolvimento. Aproximadamente 90% desses nascimentos ocorrem em países de baixa e média renda. No Brasil, ocorrem aproximadamente 500.000 partos de adolescentes por ano.

Objetivo. Verificar se as adolescentes de 10 a 14 anos apresentam resultados perinatais semelhantes às gestantes entre 15 e 19 anos.

Método. Estudo de corte transversal referente ao período de 2015 e 2016, com base nas declarações de nascidos-vivos (NV) no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foram excluídos os registros referentes à idade gestacional < 22 semanas.

Resultados. Durante o período estudado (2015 e 2016) e após aplicação dos critérios de exclusão, nasceram no Brasil 4.982.913 crianças vivas, sendo 1.019.163 filhos de mães adolescentes, distribuídos em: 48.899 NV de mães de 10 a 14 anos e 970.264 NV de mães entre 15 e 19 anos. As adolescentes de 10 a 14 anos apresentaram 49% a mais de chance de possuir um recém-nascido com peso inferior a 2500 g (OR=1,49), 52% a mais de chance de prematuridade (parto antes de 37 semanas) (OR=1,52), além de 23% e 36% a mais de chance do recém-nascido apresentar Apgar inferior a sete no 1° e 5° minutos, respectivamente (OR=1,23 e 1,36).

Conclusão. A faixa etária mais jovem da adolescência, período compreendido dos 10 aos 14 anos, demonstrou ser fator de risco para o baixo peso ao nascer, prematuridade e asfixia perinatal.

PÔSTER 10

MORTALIDADE POR CÂNCER DE COLO UTERINO EM JOVENS BRASILEIRAS

Autores: Blenda Beatriz Klayn Guimarães Tallon, Ana Gabriela de Almeida Kopke, Denise Leite Maia Monteiro, Ana Luísa de Moraes Matta, Isis Ferraz de Queiroz, Natália Mathias Barbosa.

E-mail do autor blendaklayn@hotmail.com

Instituição. Centro Universitário Serra dos Órgãos

Objetivos. Avaliar a prevalência da mortalidade de mulheres jovens por câncer de colo uterino no Brasil entre 2012 e 2016.

Método. Estudo de corte transversal com avaliação dos dados oriundos de registro do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Ministério da Saúde (MS). A população foi separada em grupos etários, de acordo com a idade estabelecida para o rastreio do câncer do colo do útero, segundo as últimas diretrizes do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).

Resultados. No período entre 2012 e 2016 morreram 27.716 mulheres no Brasil por câncer de colo do útero, passando de 5.264 óbitos em 2012 para 5.847 em 2016. Desses, 189 óbitos ocorreram em mulheres jovens (21 adolescentes entre 15-19 anos e 168 de 20-24 anos). A partir dos 25 anos, este número sobe atingindo 2.046 óbitos entre 25-34 anos, 4.535 óbitos entre 35-44 anos, 6.191 entre 45-54 anos e 5.802 entre 55-64 anos. Óbitos de mulheres com 65 ou mais, totalizaram 8.950 nesses cinco anos.

Conclusões. A prevalência de óbitos por câncer de colo do útero continua aumentando no país. Embora seja evidente o aumento na prevalência de óbitos por essa neoplasia a partir dos 25 anos, observou-se 189 mortes de jovens, que ainda não alcançaram a idade recomendada para o rastreamento do câncer do colo uterino, o que corresponde a 0,7% do total de óbitos por essa doença.

PÔSTER 11

ÍNDICE DE VACINAÇÃO CONTRA PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV) EM MENINAS DE 9 A 14 ANOS NO MUNICÍPIO DE ARAGUAÍNA TOCANTINS ENTRE OS ANOS DE 2014 E SETEMBRO DE 2018

Autores: Ana Karolina Alves Gonçalves, Bruna Leite Ribeiro Aguiar, Jéssica Garcia Caetano e Wiquicileide Ferreira Freitas.

Instituição. Centro Universitário Presidente Antônio Carlos

Introdução. O HPV é um DNA vírus que infecta a mucosa genital e possui grande potencial oncogênico. A vacina é o método mais avançado e eficaz, ofertada pelo SUS e incluída no PNI. Estão disponíveis com o esquema vacinal atual de duas doses.

Objetivos. Quantificar meninas em uma faixa etária de 9 a 14 anos que receberam a vacinação contra o HPV no município de Araguaína- TO, referente a um período de 4 anos e 9 meses – 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018 até o mês de setembro.

Métodos. A técnica de coleta de informações utilizada foi por levantamento de dados, fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Araguaína-To e através do SI-PNI do SUS, disponíveis no sítio eletrônico do DATASUS.

Resultados. Observou-se que, no período em análise, das 18.285 doses de vacinas administradas, a maior incidência foi no ano de 2014 – ano em que a vacina foi incluída no Calendário Nacional de Imunização do PNI do Ministério da Saúde - com 5.605 doses, representando 31 % - dentre essas, 3.485 foram utilizadas para a primeira dose vacinal; 2.117 para a segunda dose e apenas 3 para terceira dose. Paralelamente, desde então, esse pico de vacinação apresentou diminuição nos anos seguintes.

Conclusões. A percepção enganosa de parte da população sobre a vacinação, pela disseminação de notícias falsas somada a uma má instrução, pode ter contribuído para os valores apresentados. O conhecimento do percentual de vacinação possibilita aprofundamento acerca da efetivação de políticas públicas e ações de prevenção.

PÔSTER 12

A GRAVIDEZ PRECOCE E FATORES ASSOCIADOS: UM RELATO DE CASO

Autores: Nathália Nunes Bessa Sousa, Ana Helena Bittencourt Alamy, Késia Silva Moreira, Pedro Henrique Borges de Oliveira; Thaís Ribeiro Oliveira Santos de Marcello, Thaynná Cordeiro Queiroz.

Instituição. Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos

Introdução. Adolescência é a faixa etária que apresenta maior vulnerabilidade, influências e exposição aos riscos, de difícil abordagem como drogas gravidez indesejada e IST’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Sendo um problema de saúde pública, estudos apontam que aproximadamente 25% de todas as IST’s são diagnosticadas antes de 25 anos. Essas representam um grave impacto na saúde reprodutiva das adolescentes, podendo acarretar diversas complicações como Síndrome Hipertensiva da Gestação, Anemia e Aumento da Mortalidade Infantil, além da interferência no processo educacional, na qualificação/inserção no mercado de trabalho.

Relato de caso. Gestante, 14 anos, drogatina. Reside em bairro de baixas condições socioeconômicas, portadora de sífilis (diagnosticada em pré-natal). Desde 12 anos, assim como a mãe, é profissional do sexo para contribuir com renda familiar. Logo, começou a ter clientes fixos, a maioria casados e idosos. Como método contraceptivo, optou por anticoncepcional oral combinado, entretanto relata uso irregular. Alega que a maioria dos clientes não permite o uso de preservativo. Refere ciência prévia sobre consequências negativas de seus hábitos. Atualmente, em pré-natal, não comparece às consultas e não é encontrada por busca ativa, sendo que, a UBSF notificou ao Conselho Tutelar, que passou a acompanhar o caso.

Comentários. No caso observam-se fatores contribuintes para a gestação precoce indesejada (condições socioeconômicas precárias, drogas, profissional do sexo, relações desprotegidas, acompanhamento ineficaz da atenção primária e base familiar debilitada). É notória a complexidade da sexualidade na adolescência, sendo um problema de saúde pública e cabe aos profissionais de saúde oferecer programas de conscientização sobre os riscos que os jovens estão expostos e um acompanhamento qualificado.

PÔSTER 13

ÍNDICE DE MÃES ADOLESCENTES EM ARAGUARI-MG: UM COMPARATIVO COM MINAS GERAIS

Autores: Nathália Nunes Bessa Sousa, Ana Helena Bittencourt Alamy, Daniela

Marin, Machado Silveira, Juliana Andrea Rosa de Araújo, Késia Silva Moreira,

Thaynná Cordeiro Queiroz.

Instituição. Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos.

Objetivos. Analisar o Índice de Nascidos Vivos (INV) em mães adolescentes de

Araguari, MG; comparar ao Estado de Minas Gerais (MG).

Métodos. Coleta de dados no DataSus sobre os nascidos vivos (NV) em 2000 e 2016 por idade da mãe. A avaliação comparou esse período, tendo como abrangência geográfica o Município de Araguari-MG e o Estado de Minas Gerais, acoplou-se os dados em tabela, no software Excel. Logo, calculou o INV por mães adolescentes das áreas para comparação.

Resultados. Com base nos dados obtidos no DataSus, notou-se que em 2000 o número de NV em MG, era 1.745 nas mães de 10 a 14 anos e 59.934 nas mães de 15 a 19 anos. Já em 2016, era de 1.401 de 10 a 14 anos e 35.660 de 15 a 19 anos. Araguari em 2000 registrou 24 NV de mães entre 10 a 14 anos e 438 NV de mães entre 15 e 19 anos. Já em 2016, mães com idade de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos foram 7 e 211, respectivamente. O INV por mães adolescentes em MG é de 20,4% em 2000 e 14,6% em 2016. Em Araguari-MG os índices são 26,6% e 15,8% nos anos de 2000 e 2016, respectivamente.

Conclusões. A realidade de Araguari assemelha-se ao estado, sendo a proporção numérica convergente. A queda proporcional de 2000 para 2016 sugere-se intervenções da atenção básica, porém a quantidade de adolescentes grávidas ainda é grande. Faz-se necessário conscientizar e orientar as adolescentes sobre sexualidade, para evitar gravidez indesejada.

PÔSTER 14

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL ATENDIDAS EM CENTRO DE REFERÊNCIA DE ALAGOAS

Autores: Alessandra Plácido Lima Leite, Elaine Calumby Teixeira, Iasmin de Albuquerque Cavalcanti Duarte, José Humberto Belmino Chaves, William Henrique Moreira dos Santos.

E-mail do autor: apleite1972@hotmail.com

Instituição. Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL); Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Objetivos. Descrever o perfil clínico-epidemiológico de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, atendidas no centro de referência de Alagoas.

Métodos. Estudo retrospectivo, transversal, descritivo, com dados de 466 vítimas de 0 a 19 anos do sexo feminino atendidas em centro de referência à saúde da mulher de Alagoas no período 2010-2016.

Resultados. identificou-se que dos 466 casos analisados, 414 (88,8%) corresponderam à violência contra adolescentes e 52 (11,2%), contra crianças, sendo a mediana de idade de 14 anos. As vítimas eram predominantemente estudantes (77,7%), do ensino fundamental (52,8%), solteiras (83,9%) e de raça parda (70,4%). O tipo de violência mais registrado foi o estupro (92,7%), praticado na residência (43,8%) por agressor único (83,5%), desconhecido (45,3%), através de penetração vaginal (58,2%). Os agressores usaram a força corporal (40,8%) como forma de intimidação. O crime resultou em denúncia policial (80,5%), exame pericial (78,1%) e notificação (96,1%). A maioria das vítimas procurou assistência nas primeiras 72 horas após agressão (63,1%), recebendo intervenção contraceptiva (58,6%), profilaxias contra HIV (72,1%), hepatite B (77,7%) e DST's não-virais (81,5%). A gravidez como consequência da violência esteve presente em 3,4% dos casos, e destes, em apenas 12,5% ocorreu interrupção da gestação conforme previsto em lei.

Conclusões. O perfil das vítimas foi caracterizado como adolescentes, pardas, solteiras, estudantes e que cursaram até o ensino fundamental. O estupro foi o tipo de violência mais notificado, praticado por um desconhecido, sob ameaça, na residência, com penetração vaginal. A maioria procurou assistência nas primeiras 72 horas e recebeu as intervenções profiláticas cabíveis. Gravidez foi consequência da minoria dos casos.

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A IMPORTÂNCIA DO RECONHECIMENTO DA ETIOLOGIA, DO DIAGNÓSTICO E DO TRATAMENTO DA PUBERDADE PRECOCE PARA O MÉDICO GENERALISTA

Autores: Morgana Pizzolatti Marins, Isabela Terra Raupp, Victória Porcher Simioni, Eduard dea Lemos Wink, Vanessa Nicola Labrea, Almerindo Antônio Boff.

E-mail do autor: morganamarins@gmail.com

Instituição. Universidadce de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Objetivos. Fazer uma revisão que sintetize os principais fatores envolvidos na puberdade precoce feminina e suas consequências na saúde da mulher. Métodos: Para esse resumo foram buscados artigos nas bases de dados PubMed e Scielo, usando os descritores puberdade precoce, com no máximo cinco anos de publicação.

Resultados. O surgimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos deve ser sempre investigado. Dentre as causas identificáveis disso, se destacam a estimulação precoce do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (dependente de GnRH) e as tumorais, que ocorrem quando tumores glandulares produzem hormônios sexuais. Se uma criança menor de oito anos apresentar crescimento de pelos pubianos e/ou de mamas, deve ser investigada a existência de puberdade precoce. Quando isso ocorre, há o aumento dos esteroides gonadais, do crescimento e do desenvolvimento ósseo, antecipando o fechamento das epífises, com diminuição da estatura. Entretanto, não é só essa a consequência dessa alteração, já que isso está fortemente associado a mazelas sociais, como gravidez precoce e abuso sexual e a transtornos emocionais, como constrangimento, isolamento social e depressão. Havendo a suspeita disso, necessita-se avaliar a existência da telarca e da pubarca, sendo o diagnóstico clínico realizado pelo método de Tanner e, posteriormente, por exames laboratoriais, com a dosagem de gonadotrofinas. Confirmado o diagnóstico de puberdade precoce, é preciso realizar o tratamento, que costuma ser feito com drogas análogas ao GnRH.

Conclusões. Por meio dessa pesquisa foi possível identificar quais os principais sinais que permitirão o diagnóstico e o tratamento da puberdade precoce feminina. Os médicos precisam estar atentos para agir antes do aparecimento das consequências dessa mazela.

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A INFLUÊNCIA COMPORTAMENTAL DE ADOLESCENTE NA EFICÁCIA DO ANTICONCEPCIONAL: RELATO DE CASO

Autores: Nathália Nunes Bessa Sousa, Patrícia Dias Neto Guimarães, Luciany Maria Pereira de Almeida, Priscila Franco, Thaís Ribeiro Oliveira Santos de Marcello, Tathiana Vieira Andrade Costa.

Instituição. Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos.

Introdução. Os contraceptivos reversíveis de longa duração: LARC (Long Acting Reversible Contraceptives) são representados pelos dispositivos intrauterinos e pelo implante contraceptivo. Como independem da usuária para manterem sua eficácia, são altamente eficazes e com rápido retorno à fertilidade. São bem recomendados para grupos de baixa adesão. Diferentemente do DIU de cobre, o sistema intrauterino liberador de levonorgestrel possui um progestágeno, o que leva à amenorreia 20 a 60% das usuárias, após seis meses de uso. O implante subdérmico é o método mais eficaz disponível. Diminui sintomas pré-menstruais por levar à anovulação.

Relato de Caso. G.S.A., 16 anos, solteira, branca, estudante, residente em Araguari-MG, procurou atendimento com dor tipo cólica há quatro dias, acompanhado de sangramento abundante. Usou irregularmente anticoncepcional oral combinado. Ao exame especular, observou-se saída de restos ovulares com odor fétido. Exames complementares demonstraram beta-HCG positivo, hemograma infeccioso e espessamento endometrial na ultrassonografia. Foi, então, submetida à curetagem. Foi oferecido à paciente o uso de LARC, em especial o implante, pois como teve aborto séptico, não poderia usar dispositivos intrauterinos imediatamente.

Conclusão. A contracepção indicada para cada mulher deve se basear nas suas preferências, efeitos adversos e capacidade de implementá-lo no seu cotidiano. Sendo assim, para a paciente em questão, foi indicado como contracepção eficaz o implante. Porém, sua mãe mostrou-se resistente a ele, por acreditar que poderia levar ao ganho de peso, o que é um mito. Assim, LARCs tem sido orientado para o planejamento familiar por serem eficazes, em especial nos casos de vulnerabilidade e em adolescentes, o que reduziria gestações não planejadas e abortos provocados.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS EM GESTANTES ADOLESCENTES ENTRE 2010 E 2017 NO BRASIL

Autores: Vinícius Ruiz Nunes, Felipe Francisco Favaretto; Gustavo Henrique Bauermann Coninck, Isabella Carvalho Pagnussat, Renan Kenzo Taguchi, Thiago Yuzo Azuma.

E-mail do autor: vininunes95@gmail.com

Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Objetivo. Avaliar a prevalência de sífilis em gestantes adolescentes no Brasil de 2010 a 2017.

Método. Analisou-se um total de 56.594 casos de sífilis em gestantes menores de 19 anos que ocorreram no Brasil entre 2010 e 2017. Estes registros foram obtidos, de acordo com o ano de notificação, a partir de banco de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde (MS). A seguir, estes dados foram tabulados e analisados em planilha do programa Microsoft® Excel.

Resultados. Do total de 211.609 casos de sífilis neste período, 56.694 ocorreram na faixa etária de 10 a 19 anos, o que corresponde a 26,8%. O número de notificações passou de 241.2 em 2010 para 10.913 em 2017. Na população analisada, ocorreram 19.883 relatos de sífilis primária, 3.510 de secundária, 5.642 de terciária e 12.040 latente. Outros 15.519 ignorados. Houve aumento de notificações de 259% na forma primária, 270,3% na secundária, 626,2% na terciária e 855,15% na latente. As regiões que mais apresentaram casos foram a sudeste e a nordeste, com 24.863 e 11.570, respectivamente.

Conclusão. O número de casos notificados teve importante aumento neste período. O aumento mais expressivo da forma latente corrobora com a ideia de que os jovens atuais estão se descuidando de usar métodos de prevenção por não terem vivenciado a epidemia de sífilis nas décadas anteriores, aliada à fácil maneira como a sífilis é tratada hoje. Apesar do aumento importante de notificações da forma latente, a forma primária ainda responde pela maioria dos casos.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS EM GESTANTES ADOLESCENTES ENTRE 2010 E 2017 NA REGIÃO SUL DO BRASIL

Autores: Felipe Francisco Favaretto, Isabella Carvalho Pagnussat; Renan Kenzo Taguchi; Samir Sami Arab; Thiago Yuzo Azuma; Vinícius Ruiz Nunes

E-mail do autor: felipeffavaretto717@gmail.com

Instituição. Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Objetivo. Avaliar a prevalência de sífilis em gestantes adolescentes na região sul de 2010 a 2017.

Método. Analisou-se um total de 8414 casos de sífilis em gestantes menores de 19 anos que ocorreram na região Sul entre 2010 e 2017. Estes registros foram obtidos, de acordo com o ano de notificação, a partir de banco de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde (MS). A seguir, estes dados foram tabulados e analisados em planilha do programa Microsoft® Excel.

Resultados. O número de notificações no Sul passou de 224 em 2010 para 1815 em 2017. A quantidade total foi de 8414 casos neste período. Destes, 3324 foram de sífilis primária, 578 da forma secundária, 608 da terciária e 1692 de latente. Foram ignorados 2212. Houve um aumento de notificação de 464,1% na forma primária, 372,7% na secundária, 1887,5% na terciária e 1300,2% na latente. Dentre estes casos ocorridos no Sul, 1780 foram em Santa Catarina, 2934 no Paraná e 3700 no Rio Grande do Sul.

Conclusão. A forma primária continua sendo a forma mais prevalente na região Sul. No entanto, foi a forma terciária que apresentou o aumento mais expressivo, que indica um possível diagnóstico tardio da doença. Em segundo lugar, temos aumento também expressivo da forma latente. Deve-se ressaltar que esse acréscimo do número de casos de sífilis em gestantes adolescentes na região Sul corrobora com descuido no uso de métodos de prevenção.

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OLHARES E CONTRIBUIÇÕES PARA REDUÇÃO DA GRAVIDEZ DO ADOLESCENTE DE 10 A 19 ANOS NO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA COMPARAÇÃO DE 1998 COM 2017

Autores: Albertina Duarte Takiuti, Andrea Lucila Lanfranchi De Callis e Equipe Programa Saúde do Adolescente.

E-mail do autor acallis@uol.com.br

Instituição. Programa Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo

Introdução. A Secretária da Saúde do Estado de São Paulo, com apoio do Programa Saúde do Adolescente se alinham às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para redução de gravidez na adolescência, por ser a mortalidade materna uma das principais causa de morte entre adolescentes de 15 a 24 anos na região das Américas. Ainda, globalmente, o risco de morte materna se duplica entre mães com menos de 15 anos em países de baixa e média renda, ou seja, a desigualdade de oportunidades às adolescentes é um fator de risco.

Objetivo. Levantar a redução de gravidez comparando 1998 com 2017.

Método. Análise e comparação do Banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e do Sistema Nacional de Análise de Dados (SEADE) para nascidos vivos de 10 aos 19 anos no estado de São Paulo nos anos de 1998 e 2017.

Resultados. DATASUS 138.566 nascidos vivos (1998) e 66.457 nascidos vivos (2017); redução de 52% na gravidez. SEADE 148.018 nascidos vivos (1998) e 73.966 nascidos vivos (2017); redução de 50,03%. Sendo de 10 a 14 anos 4.528 nascidos vivos (1998) e 2.341 nascidos vivos (2017), obtendo uma redução de 46,82%.

Conclusão. O apoio a programas multissetoriais de prevenção dirigidos aos grupos em situação de maior vulnerabilidade, o aumento do acesso a métodos contraceptivos e educação sexual mostrou-se uma política pública que trouxe resultados positivos ao Estado de São Paulo na redução de gravidez de 10 a 19 anos, obtendo melhor resultado para a faixa de 15 a 19 anos.

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MASSAS MAMÁRIAS PALPÁVEIS NA FASE INFANTO-PUBERAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores: Laís Borges da Costa, Ana Claudia Dias Sousa Figueiredo, Beatriz Christina Decort de Lima Melillo, Bethânia de Lima Figueiredo Souza, Matheus Vallone de Arruda Oliveira, Fernanda Soares Oliveira.

E-mail do autor laisborgescost@gmail.com

Instituição. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora- SUPREMA

Objetivos. Determinar o manejo ideal de massas mamárias palpáveis nas pacientes pediátricas.

Método. Foi realizada uma revisão de literatura utilizando a base de dados PubMed, selecionando artigos de 2009-2018, com os descritores: “Breast”, “Palmarable breast masses”, “Pediatric” e suas variações no Mesh.

Resultados. A prevalência de massas mamárias em meninas adolescentes é de 3,2% gerando angústia, ansiedade e medo nas pacientes e familiares. Dessas alterações mais de 90% são benignas sendo o fibroadenoma a afecção mais comum e tem diagnóstico essencialmente clínico. Apresenta-se como tumor bem delimitado, móvel, crescimento lento e com maior ocorrência em quadrante supero-lateral com consistência fibroelástica. Nos casos de exame clínico atípico, a ultrassonografia (USG) é o exame de escolha, sendo classificada pelo sistema BI-RADS na maioria dos estudos contemplados. Caso haja suspeita de malignidade o diagnóstico citológico deverá confirmado através de punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Na presença de nódulos pequenos com exame clínico típico é indicado tratamento conservador com realização de USG em intervalos de 6 meses por 2 anos, e se o mesmo permanecer estável o controle clínico anual das mamas é o suficiente. Nódulos grandes, aumento progressivo ou rápido durante controle, devem ser retirados para e desejo da paciente são indicações cirúrgicas. Após a exérese com confirmação anatomopatológica de benignidade nenhum controle é necessário.

Conclusão. Apesar do quadro de angústia e ansiedade, a maioria das massas palpáveis em adolescentes são benignas. O acompanhamento ultrassonográfico e a orientação frente ao achado, evita intervenções desnecessárias bem como preservação do tecido mamário em desenvolvimento.

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O ATENDIMENTO DE MÃES ADOLESCENTES: EM BUSCA POR UMA INTEGRALIDADE NA ASSISTÊNCIA

Autores: Daniel da Silva Bento, Adriane Denise Fonseca Lopes, Janine Conceição de Araújo e Silva, Mayra Shamara Silva Batista.

E-mail do autor danielsbento@hotmail.com

Instituição. Maternidade Escola Januário Cicco/Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O trabalho com mães adolescentes traz uma série de particularidades. Apreende-las como sujeito em condição peculiar de pessoa em desenvolvimento exige um trabalho diferenciado para além da ótica clínica, mas em sua integralidade. Assim, realizou-se uma análise qualitativa do fluxo de atendimento de adolescentes gestantes, elaborado pela equipe multiprofissional de uma Maternidade-Escola do município de Natal/RN. A mãe adolescente também é objeto de proteção do Estatuto da Criança e Adolescente e todos os encaminhamentos devem também prever a sua proteção. Dessarte, fez-se necessário a construção de um fluxo específico para esses atendimentos, com encaminhamentos a órgãos de proteção responsáveis e alta compartilhada com serviços de atenção básica disponíveis no município da família. Esse fluxo diferenciou os encaminhamentos de acordo com as faixas etárias: todas as mães foram encaminhadas para a atenção básica das políticas de saúde e assistência social, e as menores de 14 anos foram também encaminhadas para seus respectivos Conselhos Tutelares. Na perspectiva protetiva, buscou-se deixar tais serviços cientes sobre as condições de saúde, sociais e psíquicas do binômio materno-infantil. O fluxo de atendimento foi implantado no dia 23 de setembro de 2018. Desde então foram atendidas 6 mães com idades que variaram de 13 a 17 anos. De todos os encaminhamentos realizados foram respondidos apenas dois até a presente data. Observa-se desde então o quão fundamental tem-se feito a articulação com toda a rede de serviços públicos disponíveis para a busca de uma integralidade da assistência. Ao mesmo tempo nota-se uma fragilidade nessa rede que ainda não parece pronta para responder aos encaminhamentos.

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REDES BAYESIANAS APLICADAS NA ANÁLISE DE CAUSALIDADE ENTRE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E EVASÃO ESCOLAR

Autores: Emerson Cruz, Albertina Takiuti, Wilson Souza, Fabio Cozman

E-mail do autor efcruz@usp.br

Instituição. Universidade de São Paulo - USP

Introdução. A adolescência é o período de vida dos seres humanos entre 10 e 19 anos marcado por intensas e bruscas mudanças tanto físicas como sociais, onde um deles é a evasão escolar. A Casa do Adolescente, projeto do Programa Saúde do Adolescente da Secretaria do Estado da Saúde – SP oferece espaços dedicados à saúde integral do adolescente, o que é um núcleo de aquisição de dados estatísticos que motivam a investigação científica dos mesmos.

Objetivo. O objetivo desse trabalho é investigar a causalidade entre a gravidez na adolescência e o impacto na evasão escolar no universo adolescente.

Métodos. Foram coletados dados estatísticos referentes à faixa etária, gênero, grupo étnico, realidade financeira, escolaridade, ocorrência de gravidez e frequência escolar nas Casas do Adolescente, procedendo então à construção de Redes Bayesianas (RB) orientadas por especialistas. As RB foram, então, submetidas a simulações e investigações científicas com o suporte do software Genie.

Resultados. Os experimentos resultaram na composição do perfil do adolescente quanto à evasão escolar e ocorrência de gravidez na adolescência, resultando em um fator ACE (Average Causal Effect) positivo indicando claramente relação de causalidade positiva entre a gravidez na adolescência e evasão escolar.

Conclusões. A abordagem bayesiana se apresentou como uma interessante ferramenta no esclarecimento de relação de causalidade observada empiricamente, mas que agora ganha o status de indicador estatístico cientificamente corroborado com base nos dados coletados. A pesquisa segue adiante em busca de relações de causalidade que possam estar ocultas no emaranhado de dados e cujo esclarecimento possa servir de parâmetros no desenho de políticas públicas mais efetivas.

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IMPACTO PSICOSSOCIAL E MANEJO DA GINECOMASTIA PUBERAL

Autores: Bethânia de Lima Figueiredo Souza, Ana Claudia Dias Sousa Figueiredo, Beatriz Christina Decort de Lima Melillo, Laís Borges da Costa, Rodrigo Belo de Souza, Matheus de Lima Figueiredo Souza.

Instituição. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora- SUPREMA

Objetivo. Analisar o manejo clínico e psicossocial do adolescente com ginecomastia.

Métodos. Revisão crítica da literatura via bases de dados PubMed e SciElo, por meio da frase: “Physiologic pubertal gynecomastia” AND “Adolescence”.

Resultados. A prevalência da ginecomastia é de até 75%, sendo 13 anos a média de surgimento. Ambas as mamas são afetadas em 95% dos casos tendo duração habitual de 6 a 24 meses, acompanhando a fase do estirão puberal. Ao relato de aumento das mamas deve-se realizar anamnese detalhada em relação à evolução, descarga papilar, uso de medicações, trauma ou infecção testicular recente e histórico familiar. A palpação mamária é imprescindível para avaliação da dimensão e consistência visando distinguir ginecomastia de pseudoginecomastia. Ao exame clínico também devem ser feitas medidas antropométricas, identificação de sinais de feminilização e estigmas de doença crônica. A abordagem psicológica deve ser ponto central da consulta visando identificar sintomas depressivos e o impacto da ginecomastia na vida diária do adolescente. A investigação laboratorial/imagiológica é controversa, uma vez que, na grande maioria dos casos ela é fisiológica e desaparece com o tempo. O acompanhamento semestral deve ser instituído e se houver aumento significativo (≥ 4 cm), repercussão psíquica importante ou nenhuma evidência de regressão espontânea, considera-se tratamento que poderá ser medicamentoso ou cirúrgico.

Conclusão. O diagnóstico, aconselhamento e tratamento são essenciais para aliviar o sentimento de deformidade, presente no período de desenvolvimento da autoimagem. Determinar com sensibilidade o melhor momento de intervir é um ponto crucial para a otimização dos resultados estéticos, funcionais e psicológicos do paciente.

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MANEJO CLÍNICO DA PUBERDADE PRECOCE CENTRAL EM CRIANÇAS DO SEXO FEMININO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Autores: Alice Cabral Frade, Bárbara Brito Bezerra, Marina Brandão Ramalho de Brito, Herla Pereira Gonçalves, Isadora Benevides Silva Gondim Nascimento, Amanda Ferreira Vigó

Instituição. Faculdade de Medicina Nova Esperança

Introdução. A Puberdade Precoce Central (PPC) acomete 1 a cada 10000 crianças, sendo 10 vezes mais comum em meninas. Consiste na transição precoce entre a infância e a fase adulta determinada pela ativação do eixo gonadotrófico após um longo período de supressão durante a puerícia. Nas pacientes femininas, é caracterizada pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos de idade, crescimento acelerado e rápida maturação óssea.

Objetivo. Esse trabalho tem como objetivo elucidar o manejo clínico da puberdade precoce central em crianças do sexo feminino.

Método. Revisão bibliográfica realizada a partir da pesquisa nas bases de dados: LILACS, PUBMED e SCIELO ante os descritores: “Puberdade precoce”, “Tratamento farmacológico” e “Hormônio liberador de gonadotropinas”.

Resultados. O tratamento da PPC em crianças do sexo feminino tem como objetivos: preservar a estatura-alvo, evitar a menarca precoce e as possíveis alterações psicológicas inerentes a essa condição através da interrupção da maturação óssea acelerada e da maturação sexual até à idade fisiológica de desenvolvimento pubertário. O manejo clínico baseia-se no bloqueio da secreção de gonadotrofinas com os análogos de GnRH que suprimem eficaz e reversivelmente o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal. Esses fármacos exercem uma ação constante sobre os receptores hipofisários, inibindo o caráter pulsátil do GnRH endógeno.

Conclusão. Além de conferir muitos benefícios às pacientes, o tratamento da PPC com análogos de GnRH não interferem na aquisição de massa óssea nem na função reprodutora das mesmas. Diante disso, é indiscutível a sua recomendação a pacientes que não possuam contraindicações.

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VULVOVAGINITE INESPECÍFICA - IMPORTÂNCIA DO CUIDADO DOS RESPONSÁVEIS E DA HIGIENIZAÇÃO NA INFÂNCIA

Autores: Bárbara Brito Bezerra, Alice Cabral Frade, Danilo Cabral Domingues, Laryssa Chistina Quirino Andrade, Nathália Gabrielle Brito Bezerra, Daniela Aires Moreira.

Instituição. Faculdade de Medicina Nova Esperança

Introdução. A Vulvovaginite Inespecífica representa cerca de 70% dos motivos de consulta ginecológica na faixa etária infantojuvenil. É definida como a inflamação dos tecidos da vulva e da vagina, onde não se identifica um agente principal. Os sintomas mais frequentes são de prurido, leucorreia, hiperemia vulvar e ardor. Dentre as causas, as mais comuns estão relacionadas à má higiene, fatores anatômicos inerentes a esse grupo etário, uso de vestuário inadequado, irritantes químicos e alguns traumatismos.

Objetivos. Esse trabalho objetiva elucidar a importância do cuidado do responsável e a relevância do acesso a informação nos casos de Vulvovaginite Inespecífica, além de compreender suas apresentações, fatores de riscos e manejo clínico.

Métodos. Foi realizada uma revisão de literatura baseada em dados de correlação entre a patogenia, manifestações clínicas e idade, utilizando-se de artigos científicos da base de dados do SCIELO e do Manual de Orientação do Trato Genital Inferior da FEBRASGO.

Palavras-chave: Vulvovaginite, Infância, Higiene.

Resultados. O uso incorreto do papel higiênico, a higienização inadequada, o uso inapropriado de irritantes químicos como sabonetes e loções podem levar ao quadro de Vulvovaginite Inespecífica. Esta, por ser uma infecção muito relacionada a pacientes pré-púberes, tem a incidência associada ao nível de atenção dado pela mãe, visto que as pacientes dessa faixa etária precisam de cuidadores responsáveis por sua higiene.

Conclusão. As alterações comportamentais de higiene genital, perineal e outros hábitos do paciente mudam a prevalência desse grupo de vulvovaginite, sendo imprescindível um olhar do responsável para essa questão.

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AUMENTO DA INCIDÊNCIA DE CÂNCER DO COLO DO ÚTERO PELO HPV EM ADOLESCENTES NO BRASIL: UM ESTUDO QUANTITATIVO E REVISÃO DA LITERATURA

Autores: Amanda Ferreira Vigó, Flaviana Ribeiro Coutinho de Mendonça Furtado, Isadora Benevides Silva Gondim Nascimento, Rafaella Fiquene de Brito Filgueira, Alice Cabral Frade, Edine Medeiros de Andrade Martins.

E-mail do autor amandafvigo@hotmail.com

Instituição. Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba

Objetivos. O trabalho tem como objetivo analisar a taxa de mortalidade por câncer do colo do útero em adolescentes no Brasil no período de 2010 a 2015.

Métodos. Foi realizado um estudo descritivo e de abordagem quantitativa utilizando dados do instituto nacional do Câncer - INCA. Informações coletadas referem-se aos dados da taxa de mortalidade no Brasil no período de 2010 a 2015 na faixa etária de 10 a 19 anos.

Resultados. No Brasil foram registrados 32.015 óbitos por câncer de colo de útero no período de 2010 a 2015 com uma taxa crescente do número de óbitos a cada ano. Nesse período foram notificados 20 óbitos na faixa etária de 15 a 19 anos, correspondendo a 0,06% do total de óbitos, sendo 1,3,5,5,5,1 óbitos nos anos de 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015 respectivamente. Não foram registrados óbitos na faixa de idade de 10 a 14 anos. Tornando o terceiro câncer mais frequente entre as mulheres.

Conclusão. Foi observado que os adolescentes constituem uma população de alta vulnerabilidade para este agravo, assim, tornando um problema de saúde pública. É necessário idealização e manutenção de programas preventivos de educação sexual para adolescentes, a fim de ampliar o conhecimento sobre o vírus e a importância da vacinação.

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ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DE VIOLÊNCIA ENVOLVENDO GESTANTES ADOLESCENTES RESIDENTES EM CURITIBA – 2016

Autores: Ângela Leite Mendes, Simone Cortiano, Telma Elaine Alves Rosa, Anna Rosa Rissato Ruzyk, Flavia Regina Silva.

E-mail do autor a.l.mendes@uol.com.br

Instituição. Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba

Introdução. A gravidez na adolescência, pela sua expressão estatística ao longo dos anos, passou a ser um problema de saúde pública, uma vez que ocorre em um período de maturação física e mental. Essa associação acarreta a simultaneidade de vários processos na vida da adolescente, com transformações importantes no organismo e na vida, na maioria das vezes não desejada.

Objetivo. Analisar e avaliar as notificações de violência praticadas por terceiros contra gestantes: violência praticada pela gestante contra o feto (violência fetal) e contra si mesma (tentativas de suicídio). Identificam-se ainda situações que podem colocar em risco a gestante, a gestação em curso, ou o feto. Análise realizada pelo Centro de Epidemiologia / DANT e Rede Mãe Curitibana Vale a Vida da Secretaria Municipal de Curitiba de Curitiba em 2016.

Métodos. No ano de 2016, o total de notificações de violência envolvendo gestantes residentes em Curitiba foi de 557 notificações. Deste total, 374 notificações envolveram gestantes como vítimas de terceiros, 163 como autoras de violência fetal (registradas em banco próprio mantido pelo Centro de Epidemiologia) e 20 de violência praticada contra si mesma (tentativa de suicídio).

Resultados. Na análise segundo a faixa etária ressalta-se o alto número de notificações de gestantes muito jovens, na faixa de 10 a 18 anos; chama a atenção o registro de 74 (13,3%) notificações na faixa dos 10 aos 14 anos.

Conclusões. São importantes ações que promovam nos adolescentes novas possibilidades de desenvolvimento social assertivo e de pensamento crítico, fortalecendo fatores protetivos e de promoção de saúde, evitando gestações não desejadas.

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LESÕES DA GLÂNDULA MAMÁRIA NA FASE INFANTO-PUBERAL: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Autores: Laís Borges da Costa, Ana Claudia Dias Sousa Figueiredo, Beatriz Christina Decort de Lima Melillo, Bethânia de Lima Figueiredo Souza, Isabela Arbex Serbena, Vítor Lopes Sabioni.

E-mail do autor laisborgescost@gmail.com

Instituição. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de fora- SUPREMA

Objetivo. Analisar as alterações mamárias mais comuns na fase puberal e orientar a condução dos casos.

Método. Foi realizada uma revisão sistematizada de literatura utilizando a base de dados PubMed, com os descritores: “breast”, “adolescence”, “childhood”, “benign disease” e suas variações no Mesh.

Resultados. As mamas são órgãos de grande refere ncia corporal feminina e, portanto, as anomalias no desenvolvimento desta geram complicações psicossociais das pacientes, incluindo na fase infanto-puberal. A presença de mamilo extra-numerário, politelia, atinge 1% a 2% da população sendo a anomalia congênita mais comum da mama seguido pela polimastia, que é a presença do tecido mamário extra, na grande maioria das vezes, axilar. Essas alterações podem ser acompanhadas de dor no período menstrual e lactação, mas a maioria das queixas são relativas à estética sendo então indicada a exérese. O nódulo mamário é uma queixa comum e tem segmento feito de acordo com seu tamanho e características, sendo em sua maioria, benignos. A secreção mamilar leitosa nos primeiros meses de vida é muito comum e tem causa endócrina e benigna, com resolução espontânea. Já o sintoma de fluxo mamilar sanguinolento, na população pediátrica em geral, é rara e pode indicar ectasia ductal ou papiloma intraductal, ambos são benignos, mas a diferenciação deve ser feita pela citologia da secreção, seguida de exérese diagnóstica e terapêutica.

Conclusão. A literatura evidencia que a maior parte das queixas mamárias em pacientes pediátricos tem etiologia benigna, o que faz necessário a tranquilização e orientação correta dos pais e pacientes, por parte dos médicos, quando a tais queixas.

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PUBERDADE PRECOCE: DIAGNÓSTICO

Autores: Bruna Leite Ribeiro Aguiar, Ana Karolina Alves Gonçalves, Jessica Garcia Caetano, Winnye Marques Ferreira.

E-mail do autor bruna__leite@hotmail.com

Instituição. UNITPAC- Centro Universitário Itpac

Introdução. A Puberdade Precoce (PP) é o inicio da maturação sexual antes dos 8 anos de idade nas meninas e 9 anos nos meninos caracterizada por uma intercorrência no crescimento e desenvolvimento habitual (adrenarca e telarca).

Objetivo. Conceituar o diagnóstico da puberdade precoce a partir da avaliação do estado puberal e velocidade em que os eventos acontecem.

Método. Elaborada tendo como base artigos encontrados na base de dados LILACS e SCIELO.

Resultados. Na revisão de literatura, o diagnóstico da puberdade precoce faz-se de forma fundamentalmente clínica e baseia-se em dados populacionais que determinam limites de normalidade. Os critérios adotados para a análise são idade em que se inicia o desenvolvimento puberal e a velocidade em que esses eventos progridem. O ritmo de avanço entre diferentes estágios é considerado normal quando segue um intervalo de 1 ano, lapsos inferiores a 6 meses devem ser considerados anormais. Outro fator importante é a estatura e o avanço da idade óssea acima do padrão familial. Os exames laboratoriais auxiliam na detecção da origem da PP, se central ou periférica (dependente ou não de gonadotrofinas). São usados testes como dosagem de concentrações hormonais de gonadotrofinas basais e esteroides sexuais. Exames de imagens como tomografia de alta resolução e ressonância magnética são também essenciais para identificação etiológica da PP GnRH-dependente.

Conclusão. O diagnóstico de PP deve ser feito com cautela e criteriosa observação clÍnica e laboratorial, com maior enfoque à maturação puberal e ritmo em que esta acontece para assim fazer um correto diagnóstico indicando o melhor tratamento a ser proposto.

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RELATO DE CASO: VARIANTE DA SÍDROME DE HERLYN WERNER WUNDERLICH

Autores: Mariana Soares Pereira Schaefer, Giovana De Nardo Maffazioli, Andrea S. Moraes, José Alcione Macedo Almeida.

E-mail do autor ma.soares@live.com

Instituição. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Introdução. Descrita em 1971 por Herlyn Werner com septo vaginal e agenesia renal ipsilateral. Vinculada ao útero didelfo em 1976 por Wunderlich. É malformação mülleriana, de provável causa multifatorial. Incidência de 0,1-3,8%.

Descrição do caso. PNM, 15 anos, dismenorreia progressiva desde a menarca aos 13 anos, sem melhora com analgésico simples. Virgem, menstruação reduzida durante 7-8 dias. Discreta melhora com contraceptivo combinado sem pausa. Exame físico: Hímen integro. Toque retal com abaulamento e flutuação na vagina. USG pélvica: útero com 2 cavidades, volume aumentado, conteúdo sugestivo de hematometra. RM: útero bicorno com hematometra, colo uterino dilatado terminando em “hemivagina” repleta por sangue espesso, formada por septo entre colo e parede vaginal direita. Ausência do rim direito pela USG. Na ressecção cirúrgica do septo vaginal, se identificou neste pequeno pertuito fluindo “filete” sanguíneo espesso. Videolaparoscopia: útero bicorno, volume pouco aumentado, colo dilatado, sem hematossalpinge.

Comentários. A dismenorreia progressiva torna-se incapacitante, não cedendo à analgesia comum. Ocorre à medida que a hemivagina formada retém a menstruação do corno bloqueado, formando hematocolpo, hematotraquelo, hematometra, hematossalpinge e hemoperitônio, potencial para endometriose. Pacientes virgens menstruando regularmente retarda o diagnóstico. Ultrassonografia pode detectar malformações uterinas, mas tem dificuldade em visibilizar vagina, o que a RM consegue com acurácia, informando característica do septo, natureza do conteúdo, além de anomalias renais. O diagnóstico dessas malformações deve ser precoce para prevenir complicações e preservar a fertilidade. O tratamento é a remoção do septo por via vaginal e, de preferência, com auxílio da videolaparoscopia. Este nosso caso é enquadrado como variante da síndrome, pois o útero é bicorno e não didelfo.

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DISCRIMINAÇÃO DE ADOLESCENTE MOÇAMBICANA HIV POSITIVA: UM RELATO DE CASO.

Autores: Juliana Andréa Rosa de Araújo, Nathália Nunes Bessa Sousa, Thaís Ribeiro Oliveira Santos de Marcello.

Instituição. Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos

Introdução. Em 2017, 36,9 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com HIV. Semanalmente, aproximadamente 7.000 mulheres entre 15 e 24 anos são infectadas.Na África Subsaariana, três em cada quatro novas infecções ocorrem entre meninas de 15 a 19 anos, tornando-se um sério problema de saúde pública de Moçambique (oitava maior taxa de prevalência para HIV mundial). Pela desigualdade de gênero, mulheres soropositivas são culpabilidades, abandonadas pelos companheiros, marginalizadas da sociedade, sofrendo para lidar com as consequências da doença e garantir sustento pessoal e dos filhos. Como estratégias para o estigma, tem-se a formação de grupos de soropositivos, para promover ajuda emocional para enfrentar consequências sociais e minimizar o sofrimento gerado pela pobreza.

Descrição do Caso. Adolescente, moçambicana, soropositiva, G2P2A0 (duas cesáreas), frequenta casa de apoio para mulheres marginalizadas da sociedade africana de Dondo, relata Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e miomas prévios, com corrimento de odor fétido, necessitando-se de histerectomia total que implicou queloide com anastomose em região abdominal, com aderência tegumentar. Atualmente, encontra-se com dificuldade para ficar ereta, devido complicação abdominal e abandonada pela família, com dificuldades financeiras, tendo, quando possível, uma refeição diária (arroz com farinha), pelas doações recebidas na casa de apoio.

Comentários. Garantia de acesso ao tratamento e programas de intervenção para a redução do estigma têm sido efetivos na diminuição do isolamento social e na melhora da adesão ao tratamento. É fundamental implementação de políticas sociais para reduzir desigualdade de gênero e empoderamento individual e coletivo das mulheres, sobre as quais recai o maior impacto de culpabilização e discriminação epidêmica de HIV/AIDS.

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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS EM GESTANTES ADOLESCENTES ENTRE 2010 A 2017 NO CENTRO-OESTE.

Autores: Isabella Carvalho Pagnussat, Felipe Francisco Favaretto, Vinicius Ruiz Nunes, Renan Kenzo Taguchi, Paulo Meyer Moletta da Fonseca, Samir Sami Arab.

E-mail do autor isabella.cp@hotmail.com

Instituição. Centro Universitário de Várzea Grande - UNIVAG

Objetivo. Avaliar a prevalência de sífilis em gestantes adolescentes na região Centro-Oeste de 2010 a 2017.

Método. Analisou-se um total de 4.648 casos de sífilis congênita em gestantes menores de 19 anos que ocorreram na Região Centro-Oeste entre 2010 e 2017. Estes registros foram obtidos, de acordo com o ano de notificação, a partir de banco de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde (MS). A seguir, estes dados foram tabulados e analisados em planilha do programa Microsoft® Excel.

Resultados. Do total de 56.694 casos de sífilis que ocorreram no Brasil neste período, 4.648 ocorreram na região Centro-Oeste. O número de notificações no Centro-Oeste passou de 216 em 2010 para 959 em 2017. Ocorreram 1.635 de sífilis primária, 499 de secundária, 607 de terciária, 770 latente e 1137 ignorados. Houve aumento de 192,7% na forma primária, 378,2% na secundária, 604,5% na terciária e 1186,6% na latente. Dentre estes casos ocorridos no Centro-Oeste, 1.785 foram no Mato Grosso do Sul, 774 no Mato Grosso, 1.730 em Goiás e 359 no Distrito Federal.

Conclusão. O número de casos notificados na região Centro-Oeste corresponde a 8,19% de todos os casos ocorridos no Brasil no período analisado. Sendo que se observa aumento expressivo do número de casos diagnosticados entre 2010 e 2017. Esse aumento evidencia o descuido dos jovens atuais com o uso de preservativos. Em concordância com o cenário brasileiro, a forma primaria é a mais prevalente na região Centro-Oeste. É nobre ressaltar a importância de campanhas a favor do uso de preservativos a fim de melhorar esse quadro.

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USO DO DMPA EM ADOLESCENTES X DENSIDADE MINERAL ÓSSEA: REVISÃO DE LITERATURA

Autores: Isadora Benevides Silva Gondim Nascimento, Alice Cabral Frade; Amanda Ferreira Vigó; Beatriz Aline Ferreira Brito; Brenna Aguiar Carvalho de Sousa; Marina Brandão Ramalho de Brito.

E-mail do autor isagnbenevides@gmail.com

Instituição. Faculdade de Medicina Nova Esperança - FAMENE

Obetivo. Esse trabalho objetiva mensurar o impacto de anticoncepcionais injetáveis sobre o metabolismo ósseo durante a adolescência, considerando essa faixa etária um grupo de risco.

Método. Revisão de literatura embasada na pesquisa em plataforma de dados como PUBMED e SCIELO, tendo como descritores: “uso de contraceptivos hormonais por adolescentes” e “repercussão óssea do DMPA”.

Resultados. A adolescência é considerada uma etapa determinante para o crescimento e desenvolvimento ósseo. O acetato de medroxiprogesterona de depósito (DMPA) é um contraceptivo injetável altamente eficaz que proporciona privacidade e comodidade visto que a administração ocorre quatro vezes por ano, tornando-o atraente para muitas usuárias, especialmente adolescentes. O DMPA atua inibindo a secreção de gonadotrofinas hipofisárias, resultando em anovulação e hipoestrogenismo, o qual está associado a um decréscimo na densidade mineral óssea (DMO), verificado após 2 ou mais anos de uso. Estudos de 2013 relatam reduções médias de 2,7% (coluna vertebral), 4,1% (quadril) e 3,9% (colo femoral), sendo a reversão parcial ou completa ainda controversa na literatura. Efeitos tardios ao uso dessa forma de anticoncepção permanecem questionáveis, sendo suscitado por alguns autores como fator de risco para osteoporose.

Conclusão. Conclui-se que o impacto ósseo dos contraceptivos na adolescência merece atenção. O desaconselhamento do uso do DMPA não está indicado, porém deve ser feita uma avaliação individual, considerando os riscos e benefícios e uma reavaliação constante. A eleição do contraceptivo deve considerar sua formulação, idade de início e tempo de uso, devendo ser considerado também o impacto da gestação/puerpério sobre a DMO, além dos efeitos psicológicos e sociais, impostos por uma gravidez na adolescência.

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PAN-HIPOPITUITARISMO APÓS RESSECÇÃO CIRÚRGICA DE ASTROCITOMA PILOCÍTICO HIPOTALÂMICO: RELATO DE CASO

Autores: Giovana De Nardo Maffazioli, Marina Soares Pereira Schaefer, Andrea Sclowitz Moraes, José Alcione Macedo Almeida

Instituição. Setor de Ginecologia da Infância e Adolescência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)

Introdução. O astrocitoma pilocítico é um tumor neuroepitelial de baixo grau que acomete principalmente crianças e adultos jovens, originado mais comumente do cerebelo, nervo óptico e região hipotalâmica. Suas manifestações clínicas são decorrentes do efeito de massa sobre o sistema nervosa central e, raramente, são associados a efeitos endocrinológicos. O tratamento é cirúrgico e pode apresentar consequências clínicas a longo prazo. Apresentamos um caso de paciente com diagnóstico de astrocitoma pilocítico que apresentou quadro de pan-hipopituitarismo pós-ressecção cirúrgica do tumor com consequente atraso do desenvolvimento puberal.

Descrição de Caso. MEMY, 14 anos, encaminhada pela neurologia por ausência de caracteres sexuais secundários. Desenvolvimento de pan-hipopituitarismo após a ressecção de astrocitoma pilocítico hipotalâmico. Ao exame ginecológico apresentava mamas com complexo aréolo-papilar preservado, estádio de Tanner M1P1, clitóris pouco desenvolvido e oculto pelas formações labiais. Vulva de aparência pré-púbere. À ultrassonografia pélvica transabdominal, apresentava útero hipodesenvolvido, ovários não visibilizados. Concentrações séricas de gonadotrofinas (FSH e LH) elevadas, e níveis baixos de estradiol. Realizado tratamento com estrogênios conjugados 0,625mg. Após 2 anos, apresentava mamas estágio 3 de Tanner. Informou discreto sangramento vaginal por apenas um dia. Introduzido, então, acetato de medroxiprogesterona 10mg via oral 10 dias por mês. Aos 19 anos, apresentava mamas no estágio IV de Tanner e menstruação cíclica.

Comentários. Apesar do astrocitoma pilocítico raramente apresentar como manifestação clínica sintomas endocrinológicos, sua ressecção terapêutica pode deixar consequências a longo prazo, como o desenvolvimento de pan-hipopituitarismo. Devido a isso, o rastreio de anormalidades endocrinológicos pós-tratamento é necessário.

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METODOLOGIAS ATIVAS - ESTRATÉGIA DE ENSINO APRENDIZAGEM

Autores: Alzira Ciampolini Leal, Aparecida Raimundo, Monique De Freitas Nunes, Albertina Duarte Takiuti.

Instituição. Ame Barradas - Casa do Adolescente de Heliopolis

Introdução. No processo de ensino-aprendizagem com e entre os adolescentes onde este deve ser o protagonista, o cinema é uma ferramenta que propicia significativas reflexões latentes. Estímulos audiovisuais são de fácil percepção e grande potencial pedagógico.

Objetivos. Analisar e colaborar com o processo de elaboração de situações-problema entre adolescentes com vistas à diminuição de vulnerabilidade.

Método. Abordagem por meio de recurso áudio visual, a saber, obras cinematográficas, com temáticas previamente selecionadas pela equipe, tendo sido eleitos os filmes: “Confissões de Adolescente”, “Divertidamente”, “Escrevendo uma Nova Vida”,” Nunca é Cedo para Amar”; tendo como público alvo adolescentes de ambos os gêneros divididos em dois grupos, sendo a idade de 10 a 14 anos para um grupo e a idade de 14 a 19 anos para outro grupo. Realizado nos meses de férias escolares (janeiro e julho).

Resultados. Com os filmes citados, foram trabalhados temas de alta relevância para o público alvo, como: primeiro beijo, primeira relação sexual, afetividade, diversidade, drogas, bullying, impulsividade, passagem da infância para a adolescência, juízo crítico, autoestima, projeto de vida e relações interpessoais, além de relações familiares, imaturidade materna, criatividade, influência das emoções e depressão.

Conclusão. A utilização de filmes auxilia a equipe, em especial a psicologia, a romper com o atendimento tradicional, desenvolvendo discussões crítico reflexivas. Propicia que o adolescente tenha exemplos para refletir e discutir acerca dos temas abordados, ampliando seu potencial de escolhas e análise das situações-problema que permeiam esta etapa da vida vislumbrando a diminuição de vulnerabilidade.

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SÁBADO SEM BARREIRAS

Autores: Fátima Duarte, Zenaide Suely Alves Silva, Wang Tai Chang, Luís Henrique Gerbrin, André Malavasi.

E-mail do autor dra-fatima@hotmail.com

Instituição. Programa Saúde do Adolescente

Introdução. Sábado Sem Barreiras é um projeto do Programa Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. É um espaço de atendimento integral ginecológico para as mulheres deficientes e é realizado no último sábado de cada mês no Hospital Perola Byington.

Objetivo. Este é um estudo quantitativo realizado de julho de 2012 a Julho de 2018 que traça o perfil de 181 mulheres deficientes atendidas no Programa Sábado Sem Barreiras.

Método. Foram estudados 181 e foi feito um recorte com 51 mulheres de 10 a 29 anos. Após o atendimento registrou-se o tipo e a causa de deficiência e a queixa ginecológica. Foram analisadas 181 mulheres e recortadas 51, de 10 a 29 anos.

Palavras-chave: Mulher Deficiente, Saúde da mulher deficiente, Ginecologia.

Resultado. Das 51 mulheres estudadas 41 (80,39%) eram Deficientes Mentais, 8 (15,68%) eram Deficientes Físicas, 1(1,9%) era Deficiente Visual e Auditiva e 1 (1,9%) Deficiente Fisica e Mental . Estudadas as causas da deficiência 34 (66,66%) Causas genéticas, 8 (15,68%) Anoxia, 4 (7,84%), Prematuridade, 2 (3,92%) Acidente, 2 (3,92%) Infecção, 1 (1,9%) causa Desconhecida. Queixas ginecológicas Dismenorreia 15 (29,41%), Irregularidade Menstrual 13 (25,49%), Leucorreia 4 (7,84%), Orientação Anticoncepcional 4 (7,84%), Queixa Mamaria 2 (3,92%), Cisto de Ovário 2 (3,92%), Infecção Urinaria 2 (3,92%), Amenorreia + Galactorreia 1 (1,9%), Hemorroida 1 (1,9%) e rotina 4 (7,84%).

Conclusão. O perfil das mulheres deficientes atendidas no Programa Sábado Sem Barreiras constitui um instrumento de formação de Políticas Públicas para as mulheres deficientes.

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PROJETO PLANTÃO DAS EMOÇÕES: UMA AÇÃO TRANSVERSAL DO PROGRAMA SAÚDE DO ADOLESCENTE NA FÁBRICA DE CULTURA VILA NOVA CACHOEIRINHA (VNC)

Autores: Andrea Lucila Lanfranchi De Callis, Flavia Placeres, Roselice de Souza Borges Rocha, Ana Carolina Campos, Albertina Duarte Takiuti.

E-mail do autor acallis@uol.com.br

Instituição. Programa. Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo.

Introdução. O Programa Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo firmou parceria com a Fábrica de Cultura (VNC) ofertando o Plantão das Emoções, aos aprendizes, funcionários, familiares e circulantes visando a aproximação dos adolescentes, trabalhando na atenção primária, diminuição de danos e encaminhamentos quando necessário.

Objetivo. Avaliara o perfil de atendimento do Plantão das Emoções para menores de 21 anos desde a implantação.

Método: Levantamento de dados do prontuário: idade, motivo da procura, e encaminhamentos, para menores de 21 anos de março a outubro de 2018. Palavras-Chave: adolescente, parceria, vulnerabilidade.

Resultado. Amostra total 114 prontuários que se distribuem de 7 a 9 anos 6% (7); de 10 a 14 anos 17,5% (20); de 15 a 21 anos 20,2% (23); com mais de 22 anos 56,1% (64). No recorte de 7 e 21 anos 43,9% (50), dos motivos elencados na procura pelo serviço, os 10 com maior incidência foram: questões emocionais 38% (18), questões familiares 22% (11), violência, depressão e ansiedade com 10% (5), ideias suicidas, gênero e dor 8% (4), obesidade e automutilação 6% (3). Somente 2% (1) com queixa ginecológica. Encaminhamentos realizados: Centro de Referência de Cidadania LGBT (4); Ambulatório de Ginecologia do Hospital das Clínicas (3); Casa do Adolescente de Pinheiros (2), Atendimento Psiquiátrico (3) e CAPS (2).

Conclusão. O Plantão das Emoções também despertou interesse dos familiares e funcionários. Há complexidade de casos e de ampla atuação, mostrando ser um atendimento integral. Estabelecer uma rede de apoio é primordial, assim como atendimento permanente devido à vulnerabilidade encontrada.

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AMBULATÓRIO DE GINECOLOGIA – PROGRAMA SAÚDE DO ADOLESCENTE: USO E CONHECIMENTO SOBRE OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

Autores: Andrea Lucila Lanfranchi De Callis, Ianca Marçal Carvalho, Pamela Fonseca, Lélia Souza Fernandes, Albertina Duarte Takiuti.

E-mail do autor acallis@uol.com.br

Instituição. Programa Saúde do Adolescente - São Paulo

Introdução. O Programa de Saúde do Adolescente na cidade de São Paulo realiza atendimento com equipe multiprofissional atuando na atenção primária e redução de danos.

Objetivo. Verificar o conhecimento e uso dos métodos contraceptivos.

Método. Pesquisa por questionário às meninas que passaram nos ambulatórios de ginecologia do Hospital das Cíinicas, Perola Byington e Casa do Adolescente de Pinheiros em outubro.

Palavras-Chave: Adolescente, Contracepção, Ginecologia.

Resultado. Realizou-se 171 pesquisas distribuindo-se: 14% (24) 11 a 14 anos, 44% (76) 15 a 19 anos, 41,5% (71) outros. Do grupo, 65,5% (116) já tiveram relação sexual. Distribuição da coitarca: 2% (2) com menos de 11 anos, 27% (31) com 11 a 14 anos; 67% (78) com 15 a 19 anos e 3% (4) com mais de 20 anos. Métodos contraceptivos conhecidos por 98% (167). Mais citados: preservativo 83% (142), pílula com 82% (140), DIU 50% (85), injeção 38% (65) implante 19% (32) e outros 20% (34). Método de preferência: preservativo 87% (56), pílula 25% (42), DIU 11% (19) e outros 16% (27). Pílula Emergencial usada por 62,5% (70), sendo 50% (35) por mais de uma vez e 19% (13) usou na última relação. Índice de gravidez 13.4% (23) sendo 21,7% (5) de 16 e 19 anos. Algumas falas que surgiram: “Deveria ter sido mais responsável, pequei DST na minha 1ª. vez”; “Não gosto de camisinha, mas uso por obrigação”.

Conclusão. O grupo conhece os métodos e tem preferência pelo preservativo e pílula, mas o uso da anticoncepção de emergência se mostrou com grande incidência, e com frequência.

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REDUÇÃO DA GRAVIDEZ EM ADOLESCENTES DE 10 A 19 ANOS NO ESTADO DE SÃO PAULO – (1998/2016)

Autores: Albertina Duarte Takiuti, Andrea Lucila Lanfranchi De Callis e Equipe Programa Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo.

E-mail do autor acallis@uol.com.br

Instituição. Programa Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo

Introdução. O Programa Saúde do Adolescente está embasado na política universalizada de juventude na área de saúde (Sistema Único de Saúde), com atenção integral para jovens de ambos os sexos de 10 a 19 anos de idade.

Objetivo. Analisar comparativamente a incidência de nascidos vivos de mães de 10 a 19 anos no Estado de São Paulo nos anos de 1998 e 2016 e com a totalidade de nascidos vivos do Estado de São Paulo nos mesmos anos.

Método. Análise comparativa do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), anos de 1998 e 2016 de nascidos de mães de 10 a 19 anos e de todas as faixas etárias no Estado de São Paulo.

Palavras Chave: medicina do adolescente, gravidez na adolescência; política de saúde.

Resultado. Em 1998 ocorreram 138.566 nascimentos para mães de 10 a 19 anos e em 2016, 79.297 nascimentos, ocorrendo redução de 42,77% na gravidez. Em 1998, a totalidade de nascidos no Estado de São Paulo foi 693.413 e em 2016, 601.437, obtendo redução de 13,26%. Neste período houve reforço na implantação de ações do Programa Saúde do Adolescente, regulamentação de leis, implementações políticas na saúde e em outros setores como educação, cultura, esporte e assistência social.

Conclusão. Houve expressiva redução de gravidez em adolescentes de 10 a 19 anos no Estado de São Paulo. Coincidiu com a implantação e plena ação de uma política pública de atenção integral ao adolescente, capacitação de profissionais e ações regionais e transversais realizadas pelo programa Saúde do Adolescente, criando uma cultura de atenção e proteção aos adolescentes.

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ASSISTÊNCIA A ADOLESCENTES E CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL EM CENTRO DE REFERÊNCIA

Autores: Elaine da Silva Pires Araújo, Mara Catarina Cunha, Verônica Alarcão Ferreira da Silva, William Johnny Araújo, Beatriz da Silva Pinheiro Azeredo

Email para contato: elainespiresba@yahoo.com.br

Instituição. Hospital Geral de Nova Iguaçú (CAMVIS) Nova Iguaçú – RJ. Universidade Iguaçú (UNIG) – Nova Iguaçú – RJ

Introdução. A assistência às vítimas de violência sexual é fundamental para a garantia da sua saúde integral. O atendimento emergencial visa à prevenção eficaz das Infecções de Transmissão Sexual (IST) e da gravidez indesejada. O atendimento ambulatorial multidisciplinar abrange aspectos psicossociais, acompanhamento do risco de transmissão de IST e diagnóstico precoce da gravidez, dando oportunidade da interrupção da mesma, quando essa for a intenção da vítima, de acordo com a lei vigente no nosso país.

Objetivo. Avaliar a adesão ao acompanhamento de vítimas de violência sexual, após o atendimento emergencial em serviço de referência.

Método. Estudo retrospectivo dos atendimentos realizados no ano de 2017 em hospital terciário, referência para assistência às vítimas de violência sexual para diversos municípios da região.

Resultados. Foram atendidas 164 vítimas de violência sexual, sendo 40 crianças (24,4%); 72 adolescentes (43,9%) e 52 adultos (31,7%). Apenas 86 vítimas retornaram para o acompanhamento ambulatorial após o primeiro atendimento na emergência (52,4% do total), sendo 56,9% (41) das adolescentes e 27,5% (11) das crianças, mesmo com a busca ativa realizada pelo serviço social dos casos que não retornaram para acompanhamento. Entre as adolescentes que compareceram para acompanhamento ambulatorial, 12,2% (5) tiveram relação sexual consentida, sendo a violência sexual presumida pelos responsáveis. Relataram abuso sexual crônico, 15,4% (8) da população de crianças e adolescentes atendidas no ambulatório.

Conclusão. Mesmo com as medidas adotadas para promoção da adesão ao acompanhamento após situação de violência sexual, ainda é baixa a adesão, sugerindo necessidade de avaliação de novas estratégias para garantir a assistência integral de crianças e adolescentes, evitando sequelas físicas, psíquicas e o abandono escolar.

PÔSTER 41

PERFIL SOCIAL DE ADOLESCENTES GESTANTES ATENDIDAS NA CASA DO ADOLESCENTE DO HELIÓPOLIS

Autores: Juliana Aparecida Chaves, Viviane Zarpelom Carneiro, Albertina Duarte Takiuti, Aparecida Raimundo.

Instituição. AME BARRADAS - CASA DO ADOLESCENTE DE HELIOPOLIS

Introdução. A gestação na adolescência é um tema abordado como um problema social quando estudado em sua complexidade, tendo em vista as consequências trazidas para a vida da adolescente e a possível vulnerabilidade em que se encontra.

Objetivo. Descrever o perfil social das adolescentes gestantes e aprimorar ações de prevenção da gravidez precoce.

Método. Pesquisa de abordagem metodológica quali-quantitativa, realizada a partir da análise de dados obtidos por entrevista social realizada nas primeiras consultas pré-natais. Organizou-se a análise e interpretação a partir da categorização dos dados.

Resultados. Foram realizadas entrevistas com 603 gestantes entre 12 até 20 anos, no início do pré-natal, sendo a maioria entre 15 e 17 anos (56%); no que se refere à religião, 25% católicas e 50% nenhum vínculo com religiões. Relacionado à ocupação, 62% trabalham ou estudam e 38% sem ocupação diária. A maioria reside com familiares (69%) e as demais com seus companheiros, 49% vivem em casas com pelo menos mais quatro pessoas e 78% definem seu relacionamento familiar como bom. A situação financeira familiar é referida como boa em 59%. Quanto ao número de irmãos, 34% tem 4 ou mais; 55% dos companheiros tem entre 18 e 22 anos e 50% deles possuem emprego. Referente ao lazer, 25% assistem televisão e 18% não tem atividade nenhuma. Das adolescentes gestantes, 75% possuem algum planejamento de futuro e 79% primeira gravidez.

Conclusão. O perfil mostra que embora a maioria possua alguma ocupação e planejamento futuro, esses fatores ainda não são suficientes para uma eficaz prevenção e diminuição da reincidência da segunda gestação, que também é alta.

PÔSTER 42

SEXUALIDADE, GRAVIDEZ E CONTRACEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores: Isadora Benevides Silva Gondim Nascimento, Alice Cabral Frade, Amanda Ferreira Vigó, Bruna Batista Mesquita de Carvalho, Caio Gonçalves Duarte Cunha, Maria Graziella Brilhante Andrade.

E-mail do autor isagnbenevides@gmail.com

Instituição. Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE

Objetivo. Esse trabalho objetiva mensurar o impacto da contracepção na sexualidade das adolescentes, considerando a maior exposição dessas às doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada.

Métodos. Revisão de literatura a partir da pesquisa em base de dados como PUBMED e SCIELO, tendo como descritores: “sexualidade na adolescência”, “métodos contraceptivos na mulher jovem” e “DST/AIDS e gravidez na adolescência”.

Resultados. Atualmente a sexualidade inicia-se precocemente, os jovens não têm informações consistentes sobre a saúde sexual. As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) representam um sério problema na saúde reprodutiva dos adolescentes, porque podem causar esterilidade, doenças inflamatórias pélvicas, câncer de colo uterino, infecções puerperais, além de interferir sobre a autoestima. Semanalmente, cerca de 7.000 mulheres entre 15 e 24 anos infectam-se pelo HIV. A taxa mundial de gravidez adolescente é estimada em 46 nascimentos para cada 1.000 meninas entre 15 e 19 anos, enquanto no Brasil, a taxa é de 68,4 nascimentos para cada 1.000 adolescentes, sendo a morte materna uma das principais causas de óbito entre adolescentes e jovens de 15 a 24 anos na região das Américas. Verifica-se que a maioria dos adolescentes recebe informações sobre contracepção, sendo a pílula e o preservativo masculino os mais conhecidos e utilizados. Porém, ocorre inadequação em sua utilização, além da falta de serviços assistências, onde possam buscar orientações e atendimento. A idade isolada não constitui restrição ao uso de qualquer método anticoncepcional na adolescência depois da menarca.

Conclusão. Diante do exposto, métodos contraceptivos são importantes, especialmente na adolescência, considerando a relevância social de gravidez e a maior possibilidade de exposição às DSTs nesse segmento.

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DIFERENTES RESPOSTAS DO DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO À TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL EM PACIENTES COM DDS XY: RELATO DE DOIS CASOS

Autores: Giovana De Nardo Maffazioli, Mariana Soares Pereira Schaefer, Andrea Sclowitz Moraes, José Alcione Macedo Almeida.

Instituição. Setor de Ginecologia da Infância e Adolescência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)

Introdução. Distúrbios do desenvolvimento sexual XY (DDS XY) apresentam espectro clínico variável, abrangendo quadros de virilização ausente ou deficiente. O sexo de criação geralmente é o feminino, e a gonadectomia e a terapia de reposição estrogênica são necessárias.

Caso 1: FP, 7 anos, encaminhada devido à presença de órgãos genitais “diferentes”. Exame físico geral normal, Tanner M1P1, abdome sem alterações; exame genital apresentava abaulamento nas regiões inguinais, sugestivo de “gônadas”. Genitália externa feminina, com clitóris de tamanho normal e vagina ausente. Cariótipo XY, ausência de útero e ovários à ultrassonografia. Após o diagnóstico de DDSXY, realizada gonadectomia bilateral aos 11 anos e iniciado estrogênios conjugados 0,3 mg, com aumento da dose para 0,625 mg após 1 ano. Apresentou boa evolução do desenvolvimento mamário. Neovaginoplastia aos 19 anos.

Caso 2: JFS, 15 anos, encaminhada devido à ausência de desenvolvimento mamário e amenorreia primária. Exame físico geral normal, Tanner M1P1, abdômen sem alterações; ao exame genital apresentava abaulamentos em região inguinal direita e grande lábio esquerdo sugestivos de “gônadas”. Genitália externa feminina, clitóris de tamanho normal e vagina ausente. Cariótipo XY, ausência de útero e ovários à ultrassonografia. Com o diagnóstico de DDSXY, realizada gonadectomia e, em seguida, foi introduzido estrogênios conjugados na dose 0,625mg. Após dois anos de tratamento, não havendo desenvolvimento das mamas, a paciente abandonou o seguimento, retornando após 1 ano. Submetida à neovaginoplastia e construção mamária com prótese de silicone.

Comentários. As duas pacientes apresentaram diferente resposta do desenvolvimento mamário após terapia com estrogênio. Respostas distintas podem estar relacionadas à época de início do tratamento.

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DILATAÇÃO VAGINAL PROGRESSIVA COMO PRIMEIRA ESCOLHA NO TRATAMENTO DA SÍNDROME DE MAYER-ROKITANSKY-KUSTER-HAUSER

Autores: Giovana De Nardo Maffazioli, Marina Soares Pereira Schaefer, Andrea Sclowitz Moraes, José Alcione Macedo Almeida.

Instituição. Setor de Ginecologia da Infância e Adolescência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Objetivos. Apresentar a casuística de pacientes com Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (SMRKH) acompanhadas no ambulatório de ginecologia da infância e adolescência do HC-FMUSP, bem como a terapêutica utilizada para a obtenção de uma vagina funcionante.

Métodos. Realizada a revisão retrospectiva de prontuários de pacientes atendidas no nosso setor desde novembro de 2008 até junho de 2018. Dados relativos ao tratamento da agenesia vaginal foram obtidos.

Resultados. Durante o período de estudo, 72 pacientes com SMRKH foram atendidas no ambulatório. Destas, foi optado pela a técnica de dilatação vaginal progressiva em 71 delas como opção terapêutica. Das 71 pacientes, 8 abandonaram o seguimento entre a 2ª e 4ª semana; 3 desistiram. As 60 pacientes restantes conseguiram vagina apta para o coito entre 4 meses e 1 ano de uso do método. Foi observado também que quanto maior a idade de início do tratamento, maior é a aderência e menor o tempo necessário para o início da atividade sexual. Em apenas uma paciente, foi optado pela vaginoplastia como tratamento de escolha, uma vez que esta apresentava déficit cognitivo importante e dificuldade de aprender o método conservador.

Conclusões. A dilatação vaginal progressiva apresenta bons resultados como tratamento de primeira escolha para a formação uma vagina funcionante na SMRKH. No nosso serviço, a correção cirúrgica tem sido reservada para pacientes refratárias ou que não desejam o tratamento conservador. Constatamos que quanto maior a idade da paciente maior é a aderência ao método.

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REFLEXÕES ENTRE ADOLESCENTES: ALIMENTANDO IDÉIAS SOBRE GÊNERO

Autores: Sirlene Martins da Gama, Viviane Zarpelom Carneiro, Albertina Duarte Takiuti, Renato Brandão J. de Andrade, Juliana Stefanin Pedroza, Patricia Aparecida Oliver.

Instituição. Ame Barradas - Casa do Adolescente de Heliópolis

Introdução. Frente ao cenário social no que tange família, saúde e educação, faz-se importante criar espaços para reflexões entre adolescentes sobre relações de gênero a fim de minimizar riscos.

Objetivos. Analisar a compreensão dos adolescentes sobre gênero e propiciar espaço de reflexão de condutas sociais.

Método. Realizou-se oficinas e grupos focais com 28 adolescentes de ambos sexos, idade entre 10 a 19 anos. Realizados sete encontros, divididos em dois grupos, feminino e masculino, aplicado questionário sobre “relações de gênero”, antes e depois das atividades.

Resultados. Quanto à temática relações de gênero 60,7 % desconheciam, depois das ações 7,69%; existem brinquedos e cores próprias para meninas e meninos, antes 39,3% e depois 23,7 %; mulheres não tem mesmos direitos, antes 25% e depois 19,23 %; obrigação de arrumar a casa ser responsabilidade exclusiva da mulher 17,85% antes e 19,23% depois; direito de igualdade de salários, antes 92,85% e depois 92,3%; ser exclusivo da mulher a criação dos filhos, antes 7,14% e depois nenhum; afirmam o direito do homem agredir ou humilhar a mulher, 100% sim, ainda depois das atividades; culpabilidade da mulher em relação ao estupro, antes 64,28% , depois 15,38%; direito de enviar imagens de outra pessoa sem consentimento, 3,5% e depois 7,6%; a música influenciar comportamento sexual e utilização de drogas, antes 46,42% e depois 46,15%; relação amorosa exitosa depender somente de uma pessoa 28,47% e 30,76% depois.

Conclusão. A compreensão quanto questões de gênero, referente ao enfrentamento da violência contra a mulher mostra a necessidade de desenvolver metodologias mais eficazes, para abordar os adolescentes no tocante as relações afetivas e direito de agressões.

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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO NA CASA DO ADOLESCENTE DE HELIÓPOLIS: QUEIXAS INICIAIS

Autores: Alzira Ciampolini Leal, Aparecida Raimundo; Monique de Freitas Nunes

Instituição. Ame Barradas - Casa do Adolescente de Heliópolis

Introdução. A Casa do Adolescente de Heliópolis, inaugurada em 2009, tem como o terceiro motivo da procura no atendimento multidisciplinar, a Psicologia.

Objetivo: Avaliar as queixas iniciais mais frequentes na demanda do adolescente em saúde mental.

Método. Estudo descritivo e analítico, retrospectivo, referente a encaminhamentos e/ou demanda inicial de adolescentes de ambos os sexos, para Saúde Mental. Análise de 869 prontuários, procurando evidenciar o perfil psicológico destes adolescentes e principais motivos que demandaram esta atenção.

Resultado. 51,1% está na faixa etária de 10 a 12 anos; 33,1% entre 13 e 15 anos e 15,8% entre 16 e 19 anos; 25,4% compareceram sozinhos e 54,1% vieram acompanhados pela mãe; 39,7% vieram a pedido dos pais e familiares, 27,3% foram direcionados por profissionais da Casa do Adolescente, 20,1% procuraram atendimento espontaneamente e 8,4% a pedido da escola; 72,4% não completaram o ensino médio. As queixas mais frequentes foram: 27,4% por ansiedade; 25,9% comportamento desobediente e enfrentamento aos familiares; 25,7% problemas de relacionamentos interpessoais; 21,3% problemas de concentração; 20,5% timidez; 11,7% depressão; 5,4% bullying; 5,1% baixa autoestima; 2,4% obesidade; 2,2% hábito de sucção; 1,8% medo; 1,4% automutilação; 1,3% enurese e/ou encoprese.

Conclusão. A ansiedade é o maior motivo de procura e mais de um quarto apresenta comportamentos e atitudes característicos desta faixa etária, que não são compreendidos pelos pais e familiares, mostrando a necessidade de um trabalho que inclua a família.

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EDUCAÇÃO E SAÚDE EM CONEXÃO: PRÁTICAS FORMATIVAS, PREVENTIVAS E EDUCATIVAS DOS PROGRAMAS PREVENÇÃO TAMBÉM SE ENSINA, ESCOLA DA FAMÍLIA E SAÚDE DO ADOLESCENTE, COM O USO DO YOU TUBE

Autores: Albertina Duarte Takiuti, Wilson Pereira Souza, Devanil Tozi, Edison de Almeida, Ana Maria Stuginski e Ivania Paula Leite Barros de Almeida.

Instituição. Programa Saúde do Adolescente-SES/SP

Objetivo. desenvolver práticas de natureza formativa, preventiva e educativa, no eixo saúde, nos Programas Prevenção Também se Ensina, Saúde do Adolescente e Programa Escola da Família, utilizando-se a mídia televisiva por meio do canal YouTube.

Método. as atividades formativas dirigidas aos profissionais de saúde, orientaram-se para a promoção da saúde integral ao adolescente, recorrendo a conhecimentos científicos e técnicos, numa abordagem multiprofissional e interdisciplinar, utilizando-se de vídeos postados no site do YouTube. Para as ações educativas e preventivas do Programa Escola da Família foram criados 03 (três) programas que versam sobre os temas: Precisamos Falar Sobre o Álcool; Bullying – 13 Razões para Estar Alerta e Tudo o que Você Precisa Saber sobre DST/HIV/AIDS, abordados por especialistas, com atividades (dinâmicas, músicas, publicações, outras), aos finais de semana, com a comunidade.

Resultado. Entre 2016-2018, foram produzidos 151 vídeos formativos e institucionais, com temáticas relacionadas à saúde adolescência: Atenção em saúde sexual e reprodutiva; Prevenção de gestações não-planejadas, abortos e oferta de contracepção de emergência; Pré-natal; Acompanhamento do parto; O desafio do aleitamento materno; Violência e Gênero; Grupos, DSTs; Aceitabilidade e conhecimento vacina da HPV, outros. O número de acesso aos vídeos no YouTube é expressivo, indicando motivação e reconhecimento. A ampliação das ações da educação e saúde promovem sensibilização e articulação, fortalece as ações de prevenção, trata a saúde e educação intrínseca à cidadania.

Conclusão. As ações compartilhadas entre Educação e Saúde é uma estratégia fundamental, consolida uma proposta de aprendizagem colaborativa associada à comunicação on-line, processo de formação permanente e inclusivo e diminuição da vulnerabilidade de alunos, famílias e o entorno.

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AMBULATÓRIO DE GINECOLOGIA PROGRAMA SAÚDE DO ADOLESCENTE: PRINCIPAIS QUEIXAS EMOCIONAIS APRESENTADAS PELOS ADOLESCENTES NAS CONSULTAS NO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS

Autores: Maregildo Pereira Leal, Aline Gabriela de Oliveira Ruiz, Carla Maria Simi Kuhne, Carolin Pimentel de Araujo, Letícia Ferreira Costa.

E-mail do autor psicogileal@hotmail.com

Instituição. Programa Saúde do Adolescente.

Introdução. O Ambulatório de Ginecologia do Programa Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo no Hospital das Clínicas (HC), realiza atendimento integral com sua equipe multiprofissional que contemplam psicólogos. Um dos objetivos do ambulatório é dar acolhimento e detectar situações de vulnerabilidade para minimizar os danos.

Objetivo. Ampliar a visão sobre o perfil emocional das adolescentes e jovens que frequentam o Ambulatório de Ginecológicas no Hospital das Clínicas com base nas queixas.

Método. Aplicação de entrevista com questionário dirigido às adolescentes de 10 a 19 anos que frequentaram o ambulatório de ginecologia do HC agosto a outubro de 2018.

Palavras Chave: Adolescente, emoções, vulnerabilidade.

Resultados. Realizou-se 64 entrevistas. Objeto que melhor as representa é o celular 72% (46), livro 20% (13), televisão 5% (3) e jogo 3% (2) No caso de algum problema difícil procura apoio: família 84% (54), amigos 30% (19), não buscam apoio 19% (12) outros 6% (4). Sentem-se triste: às vezes 42% (27), não 37,5% (24) e infelizes 20% (13). Automutilação: às vezes 28% (18), frequentemente 6% (4). Pensamentos suicidas: às vezes 19% (12) e frequentemente 1% (6). Medo (aperto no peito): às vezes 50% (32), frequentemente 41% (26). Perspectiva de futuro: otimista 52% (33), mais ou menos 47% (30) e pessimista 1% (6).

Conclusão. O grupo mostra-se otimista e a família uma grande referência de apoio e em menor número os amigos. Apesar disso, apresentam-se dados de vulnerabilidade quanto a questões relacionadas à tristeza, infelicidade, automutilação, pensamentos suicidas e medo que justificam o apoio psicológico e a necessidade de uma rede de apoio psicossocial para além do ambulatório de ginecologia.

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HIPERTROFIA DOS PEQUENOS LÁBIOS RELACIONADA AO ESTÍMULO HORMONAL

Autores: Mariana Soares Pereira Schaefer, Mariana Soares Pereira Schaefer, Andrea Sclowitz Moraes, Giovana De Nardo Maffazioli e José Alcione Macedo Almeida.

E-mail do autor ma.soares@live.com

Instituição. Setor de Ginecologia da Infância e Adolescência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Introdução. A hipertrofia dos pequenos lábios é uma variante da anatomia normal definida como sua projeção além dos grandes lábios, quantificada por alguns autores como uma projeção de mais de 4 cm. Pode se apresentar como uma hipertrofia unilateral, responsável por até 15% dos casos de ressecção cirúrgica. Em alguns casos, pode causar preocupações funcionais, emocionais e psicológicas. Os sintomas associados incluem dor, irritação, dificuldade na higiene pessoal, especialmente durante a menstruação, interferência na relação sexual e práticas de atividade física, principalmente corrida, ciclismo e equitação. Por esses motivos, a hipertrofia pode ser a fonte de desconforto incapacitante e leva o paciente a solicitar a labioplastia - isto é, a redução cirúrgica dos pequenos lábios. Constata-se que a labioplastia está associada a boas melhorias na qualidade de vida e sexualidade da paciente e a alto grau de satisfação. Contudo, é necessário fornecer à paciente um aconselhamento pré-operatório bem informado, para este tipo de cirurgia funcional.

Relato do caso. CLS, 13 anos, negra, operada aos 6 anos por hipertrofia idiopática do clitóris (foto1), sem outra alteração. Em outubro 2018 retorna com queixa de aumento progressivo dos pequenos lábios desde a menarca há 1 ano e 6 meses. Ao exame constata-se hipertrofia dos pequenos lábios simetricamente (foto2), sem outra alteração.

Conduta. Documentação fotográfica para comparação durante o seguimento, pois aguardaremos estabilização para indicação de cirurgia.

Comentários. Algumas hipóteses etiológicas são aventadas para essa alteração, como obesidade, trauma, irritação mecânica da vulva, fator inflamatório e hormonal. Esta última causa nos parece mais pertinente, pois é na puberdade que ocorrem as queixas, o que é constatado em nosso serviço. Este caso ilustra bem a relação com o período do incremento da ação hormonal.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS EM GESTANTES ADOLESCENTES ENTRE 2010 E 2017 EM SÃO PAULO

Autores: Felipe Francisco Favaretto, Isabella Carvalho Pagnussat, Paulo Moletta Meyer da Fonseca, Renan Kenzo Taguchi, Vinícius Ruiz Nunes.

Instituição Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Objetivo. Avaliar a prevalência de sífilis em gestantes adolescentes no estado de São Paulo entre 2010 a 2017.

Método. Foram analisados 10799 casos de sífilis em gestantes menores de 19 anos que ocorreram em São Paulo entre 2010 e 2017. Estes registros foram obtidos, de acordo com o ano de notificação, a partir de banco de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde (MS). A seguir, estes dados foram tabulados e analisados em planilha do programa Microsoft® Excel.

Resultados. Do total de 56694 casos notificados de sífilis em gestantes adolescentes no período de 2010 a 2017, 10799 (19%) ocorreram no estado de São Paulo. O número de notificações no estado passou de 433 em 2010 para 2222 em 2017, o que significa um aumento de 513,2%. A forma clínica primária responde por 3030 casos, a secundária por 577, a terciária por 943 e a latente por 4600. Foram ignorados 1649 casos. Houve aumento de 304,1% na forma primária, 268% na secundária, 345,9% na terciária e 894,8% na latente.

Conclusão. O aumento mais expressivo em São Paulo ocorreu na forma clínica latente. Estes dados sugerem o descuido da população jovem quanto aos métodos de prevenção e que boa parte dos casos está sendo diagnosticado somente durante o pré-natal. No Brasil, o diagnóstico da forma primária ainda responde pela maioria dos casos. Já em São Paulo, notificações da forma latente prevalecem desde 2013. Em 2017, a forma latente foi notificada 2,33 vezes mais do que a primária, respondendo por 54,4% das notificações neste ano.

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SÍNDROME DE KALLMANN - RELATO DE CASO

Autores: Romualda Castro do Rêgo Barros, Cláudia Renata do Rêgo Barros Albuquerque, Gláucia Caroline da Silva Vasconcelos.

E-mail do autor romycastro@outlook.com

Instituição Universidade Federal de Pernambuco

Introdução: A síndrome de Kallmann (SK) é uma causa rara de puberdade tardia caracterizada por hipogonadismo hipogonadotrófico (HH) associado à anosmia/ hiposmia. A fisiopatogenia está relacionada à falha da migração dos neurônios produtores de GnRH e dos neurônios que formam os nervos olfatórios. A SK está associada a mutações nos genes KAL1, FGFR1/FGF8, FGF17, dentre outros, que estão relacionadas a defeitos de migração neuronal. Cerca de 60% dos casos da SK são esporádicos, mas já foram identificadas três formas de transmissão: recessiva ligada ao X, autossômica dominante e autossômica recessiva: a sensibilidade do teste genético é de apenas 30% sendo, portanto, o diagnóstico em grande parte baseado em achados clínicos. O diagnóstico muitas vezes é tardio e a maioria dos pacientes com alteração da sensibilidade olfatória não reconhece esse déficit.

Relato do caso. M.G.A., 17 anos e 2 meses, atendida no ambulatório de Ginecologia da Infância e Adolescência do HC-UFPE referindo ausência do desenvolvimento mamário e amenorreia primária. Interrogada, a paciente referiu total incapacidade de sentir odores. Estado geral bom e achados do exame físico compatíveis com hipogonadismo. FSH=0,38 mUI/ml, LH<0,07 mUI/ml, E=212,0 pg/ml; 49,2 Kg, 1,64m. Hipótese diagnóstica puberdade tardia, Síndrome de Kallmann. Ultrassonografia pélvica: volume uterino: 0,6cm3, ovário direito: v.0,8cm3 e ovário esquerdo: v.1,3 cm3. Ressonância magnética da região baso-frontal do encéfalo: “imagens volumétricas isotrópicas milimétricas ponderadas em T1 e T2 revelam ausência dos tratos e bulbos olfatórios, compatíveis com a hipótese de síndrome de Kallmann”.

Conclusões. Este relato aborda um caso raro de hipogonadismo hipogonadotrófico, oferecendo subsídios para suspeita clínica e avaliação diagnóstica.

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SÍNDROME DE HERLIN-WERNER-WUNDERLICH - RELATO DE CASO

Autores: Romualda Castro do Rêgo Barros, Cláudia Renata do Rêgo Barros Albuquerque, Yolanda Sampaio.

E-mail do autor romycastro@outlook.com

Instituição. Universidade Federal de Pernambuco.

Introdução. A síndrome de Herlin-Werner-Wunderlich, é caracterizada por útero didelfo, hemivagina obstruída e agenesia renal unilateral. O acrônimo OHVIRA (obstructed hemivagina and ipsilateral renal anomaly) foi sugerido em 2007 por Smith e Laufer para uma nomenclatura comum para esta síndrome. A obstrução genital unilateral é principalmente vaginal, mas também tem sido descrito atresia ou obstrução cervical. A manifestação renal é classicamente agenesia ipsilateral, entretanto, tem sido descritos rim duplicado. O diagnóstico pode ser desafiador pela raridade e heterogeneidade da apresentação. Pacientes com hematocolpos têm queixas mais precoces devido ao fluxo menstrual diminuído e dor pélvica. O tratamento cirúrgico dependerá da alteração genital, variando de excisão do septo, metroplastia histeroscópica e laparoscopia.

Relato do caso. F.C., 17 anos atendida no ambulatório de Ginecologia do HC-UFPE com história de dismenorreia intensa desde a menarca, dispareunia e secreção vaginal de odor desagradável refratária a tratamentos. Ao exame, vagina aparentemente normal com secreção acinzentada, algo sanguinolenta, com odor pútrido e discreto abaulamento em topografia lateral superior da vagina, onde drenava a secreção. Solicitada ressonância magnética da pelve com contraste que identificou útero didelfo com uma das cavidades menos desenvolvida, dilatação tubária unilateral e sinais de endometriose profunda. Instituída supressão da menstruação e programada excisão do septo da vagina.

Conclusão. A dismenorreia em adolescentes, embora seja frequente, deve ser avaliada com cuidado, principalmente quando há referência a dor de grande intensidade e se existe informação de agenesia renal, pela possibilidade da presença rara de malformações müllerianas que podem levar ao desenvolvimento de endometriose e outras complicações reprodutivas.

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LINHA DO TEMPO COM GESTANTES DA CASA DO ADOLESCENTE DE HELIÓPOLIS

Autores: Jessica Aita de Matteis, Sirlene Martins Da Gama, Albertina Duarte Takiuti, Camila Reis De Oliveira, Monique De Freitas Nunes, Patricia Aparecida Oliver.

Instituição. Ame Barradas - Casa do Adolescente de Heliopolis

Introdução. A gestação na adolescência constitui fenômeno de difícil inserção na vida da adolescente no que diz respeito à experimentação de responsabilidades, modificações de papéis, revisão de perspectivas de vida e objetivos familiares.

Objetivos. Proporcionar reflexão à luz de sua linha do tempo, vislumbrando uma responsabilização pelo bebê, consigo e com a nova família. Conscientizar sobre a necessidade de planejamento familiar.

Método. A atividade Linha do Tempo é uma dinâmica de grupo que foi desenvolvida para que as adolescentes gestantes reflitam sobre sua trajetória de vida e expectativas para o futuro do bebê. Aplicou-se desde o nascimento até a idade da descoberta da gestação. Num segundo momento, foi proposto que construíssem a linha do tempo desejada para seu bebê. As linhas do tempo foram analisadas pelo método Bardin.

Resultados. Em relação à linha do tempo das gestantes: 85% relatam perdas muito significativas em suas vidas, 9% aborto anterior a atual gestação, 33% separação dos pais, 71% trajetórias de vida do modo negativo, 14% frequentaram ou frequentam o funk, 4% uso de drogas, 9% vêem a gravidez como a esperança mágica para mudanças positivas. Em relação ao plano de vida para seus filhos: 76% esperam uma boa educação acadêmica, 24% pontuam que seus filhos farão algum esporte, 62% relatam um projeto de vida positivo e de esperança, 67% pontuam que seus filhos receberão uma educação rígida, 52% esperam um futuro melhor, 100% desejam que seus filhos não sejam pais adolescentes.

Conclusão. A maioria das gestantes apresentam mais experiências negativas do que positivas. Perceberam a importância do planejamento familiar, autocuidado e que a qualidade da afetividade e educação irá influenciar na vida futura de seus filhos.

PÔSTER 54

GESTAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA: COMPORTAMENTO SEXUAL DE RISCO?

Autores: Daiana Pereira, Viviane Zarpelom Carneiro, Jualiana Aparecida Chaves, Albertina Duarte Takiuti.

Instituição. Ame Barradas - Casa do Adolescente de Heliopolis

Iintrodução. A gestação na adolescência traz diversas consequências no âmbito da saúde, social, educação entre outros. Ainda existem vários questionamentos referentes aos motivos de uma gestação nesta fase, tendo em vista o fácil acesso à informação atualmente. Uma hipótese está relacionada ao comportamento sexual de risco, que em diversos estudos, compreende o sexo desprotegido e ainda ao fato de ter múltiplos parceiros sexuais.

Objetivo. Relacionar a idade do início da vida sexual, comportamento sexual e o tempo de relacionamento afetivo com o genitor do bebê.

Método. Realizada pesquisa quali-quantitativa, através dos dados coletados no início do pré-natal de 603 gestantes, entre janeiro de 2010 a dezembro de 2016, com idade de 12 a 20 anos. Para esta pesquisa foram avaliados a idade do primeiro coito, o número de parceiros sexuais e o tempo de relacionamento afetivo com o genitor do bebê. Organizou-se a análise e interpretação a partir da categorização dos dados.

Resultados. Deste total, 55% tiveram a coitarca consentida entre 7 e 14 anos (média de 14,3 anos); número de parceiros sexuais que as gestantes possuíram, 61% tiveram de 1 a 2 parceiros; 24% de 3 a 4 parceiros; 13% tiveram 5 ou mais parceiros e 2% não informados. Referente ao tempo de relacionamento, 51% estão com o mesmo parceiro há 1 ano ou mais.

Conclusão. A gravidez na adolescência não está necessariamente relacionada ao número de parceiros ou a relacionamentos afetivos pouco duradouros. Analisando os dados do estudo, percebeu-se que o início precoce da vida sexual pode ser um fator determinante para a gestação nesta faixa etária.

PÔSTER 55

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA RUBÉOLA CONGÊNITA ENTRE 2007 e 2015 NO BRASIL

Autores: Vinícius Ruiz Nunes, Felipe Francisco Favaretto, Isabella Carvalho Pagnussat, Gustavo Henrique Bauermann Coninck, Paulo Moletta Meyer da Fonseca, Samir Sami Arab.

Instituição. Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Objetivo. Estudar as notificações de rubéola congênita no Brasil de 2007 a 2015, quando foi considerada erradicada no país pela Organização Mundial de Saúde. Métodos. Analisou-se um total de 119 casos de rubéola congênita ocorridos no Brasil entre 2007 e 2015. Estes registros foram obtidos, de acordo com o ano de notificação, a partir de banco de dados do Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAM) do Ministério da Saúde (MS). A seguir, estes dados foram tabulados e analisados em planilha do programa Microsoft Excel.

Resultados. Aconteceram 78 casos (65,5%) entre os anos de 2007 e 2008. De 2009 a 2015, as notificações diminuíram significativamente, sendo o ano de 2009 a registrar mais casos, com 9. A região Sudeste respondeu por 58% dos casos, dos quais 78,2% foram notificados no estado de São Paulo. Na região Centro-Oeste foram notificados 15,1% dos casos, no Nordeste 14,2%, no Sul 6,7%, no Norte 5,9%. Evoluíram com a cura 58% dos casos totais, óbito pela doença 8,4%, óbito por outra causa 6,7%. Sem informação dos outros 26,9% dos óbitos.

Conclusão. O maior número de casos de rubéola congênita em 2007 e 2008 é reflexo do surto que ocorreu nestes anos e demonstra que a estratégia de não vacinar a população de todas as faixas etárias adotada no início do século XXI foi inadequada. De 2009 a 2014, os casos não passaram de 5 por ano, com exceção de 2012, em que 8 casos foram notificados. O mesmo ocorreu em 2015. Reflexo da meta de vacinar 95% da população total a partir de 2007.

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