Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) demonstrou que a obesidade infantil influencia algumas habilidades cognitivas necessárias ao aprendizado. Em contrapartida, a prática de atividades físicas está entre os fatores que protegem a cognição das crianças.
O estudo é da fonoaudióloga Patrícia Aparecida Zuanetti, que analisou habilidades importantes para o aprendizado das crianças, além de leitura e escrita. Foram verificadas a memória de trabalho fonológica, a consciência fonológica, a atenção focada, a flexibilidade cognitiva e a nomeação automática rápida.
Entre as crianças estudadas, a obesidade teve influência em habilidades específicas. “Ela trouxe um prejuízo nas tarefas de flexibilidade cognitiva, que é a capacidade de alternar entre estímulos diferentes”, explica Patrícia. Simultaneamente há uma influência positiva na memória fonológica. “Possivelmente isso acontece porque, apesar de ser uma tarefa que avalia a memória fonológica de curto prazo, ela necessita de uma atenção focada em somente um estímulo, demonstrando que em atividades de atenção focada ou atenção simples, essas crianças apresentam bom desempenho. No entanto, quando é necessário alternar a atenção – flexibilidade cognitiva – a capacidade de resolver tarefas decai”, descreve.
A fonoaudióloga destaca que o adequado desenvolvimento da linguagem escrita é dependente de variados fatores nutricionais, orgânicos, genéticos e da estimulação ambiental. “Recomenda-se que as dificuldades de aprendizagem sejam detectadas o mais cedo possível, para que possa haver uma intervenção adequada”, enfatiza.
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