Estudo mostra influência no hábito alimentar das crianças pelos seus responsáveis diretos
“Faça o que eu digo, não faça o que eu faço” expressa os achados de um estudo da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto sobre hábitos alimentares e estado nutricional de crianças e seus familiares. Apesar de se preocuparem com a alimentação dos filhos, a maioria dos responsáveis participantes da pesquisa também apresentava dieta inadequada ou precisando de modificações.
Ao analisar rotinas, atitudes, crenças e algumas doenças ligadas à obesidade, especialistas do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP observaram que a influência de pais e responsáveis sobre o comportamento alimentar dos filhos é maior que imaginam. E não apenas pelo que dizem às crianças, mas, principalmente, pelo que eles próprios consomem.
A nutricionista Gabriela Pap da Silva avaliou 164 crianças de seis a dez anos e seus familiares ou principais responsáveis pela nutrição, todos residentes na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Dentre os resultados, verificou que “a maior parte das crianças que apresentaram excesso de peso (56) possuía responsável também com excesso de peso (46)”. Além disso, mais da metade das crianças (51,8%) tinha dieta “inadequada” e outros 47%, dieta com “necessidade de modificação”.
A pesquisadora justifica a importância dessas informações para tomada de atitudes diante do que é considerada uma epidemia mundial: a obesidade infantil. Segundo a OMS, até 2025, a população infantil obesa deve chegar a 75 milhões.
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