Fatores étnicos e econômicos afetam a vacinação anti-HPV

Pelo menos nos EUA, a vacinação de meninas contra o papilomavírus humano (HPV) depende de vários fatores externos. Um estudo publicado na revista “Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention” mostra que o índice de vacinação anti-HPV é maior nas comunidades onde predominam comunidades de hispânicos e de extrema pobreza.
Pesquisadores da Universidade Temple na Filadélfia (Pensilvânia) analisaram dados de 20.565 meninas de 13 a 17 anos de idade, de 2011 a 2012, cujos registros de vacinação foram verificados por médicos. Nesses dois anos, 53 por cento das meninas haviam recebido pelo menos uma dose da vacina anti-HPV.
O estudo mostrou que, entre os fatores geográficos, a composição étnica da comunidade causava o impacto mais importante na vacinação. O índice de vacinação, de 69 por cento, foi mais alto nas comunidades hispânicas, seguido das comunidades afro-americanas (54 por cento) e comunidades brancas (50 por cento). No entanto, não apenas a etnia de uma menina é um fator preponderante, mas também a composição da comunidade na qual ela vive: em comunidades predominantemente hispânicas ou de raças mistas, cerca de 68 por cento das meninas hispânicas haviam recebido pelo menos uma dose da vacina, sendo que isso ocorreu somente em 49 por cento das meninas hispânicas em comunidades de maioria branca.
O aspecto financeiro foi outro fator de influência - independente da composição étnica. Em comunidades onde mais de 20 por cento da população vivia abaixo do nível de pobreza, as meninas tinham uma probabilidade 1,18 vez maior de serem vacinadas em comparação às que vivem em comunidades economicamente mais favorecidas.
Resultado
O resultado do estudo é animador, na medida em que muitos casos de câncer cervical ocorrem em comunidades de predominância hispânica, disse o autor do estudo Kevin A. Henry. No entanto, exames regulares de câncer não devem ser negligenciados nessas regiões, destacaram eles. Além disso, é necessário descobrir os motivos para essas diferenças - que podem ter um histórico cultural - com o objetivo de aumentar a aceitação da vacinação anti-HPV, disseram os autores.
Referências
Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention (abstract)